O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou esta quarta-feira o Governo de deixar “à míngua” os serviços de saúde e alertou os portugueses de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não aguentará mais quatro anos de subfinanciamento.

“Não vemos como é que é possível manter o Serviço Nacional de Saúde assim nos próximos quatro anos”, afirmou Pedro Passos Coelho, alertando que se “se mantiver uma lógica de usar a margem de manobra para fazer política populista e demagógica e depois deixar os serviços à míngua”, a deterioração da qualidade “será muito grave”.

O aumento da “dívida” e a “queda significativa” da despesa capital na área da saúde são alguns dos fatores apontados pelo presidente do PSD como causas da degradação do SNS, setor em que, afirmou, “se contarmos os aumentos de salários, ficou menos para gastar na saúde do que no ano anterior”. Por isso, acrescentou: “as unidades de saúdes não sabem para onde se hão de virar” e alertou que só “aqueles que tem seguros ou outros esquemas de saúde poderão aceder a respostas mais qualificadas”. Já os que que não tiverem “ficarão com uma oferta pública de pior qualidade”, afirmou, sublinhando: “tudo perpetrado por um Governo que se diz de esquerda e de consciência social”.

Em Rio Maior, onde jantou com sociais-democratas do distrito de Santarém, candidatos às eleições autárquicas de 1 de outubro, Passos Coelho não poupou críticas “à geringonça” e às “políticas nacionais” que influenciam o desenvolvimento das autarquias. “A política nacional conta, mas a política local também conta”, disse Passos Coelho, para acusar “muitos autarcas da CDU” e também “do PS quando o PS não está no Governo”, de desculpabilizarem “tudo o que corra mal” com o argumento de que o Governo não fez”.

Com uma solução de Governo a contar com o apoio do PCP e dos Verdes, “bem pode agora o secretário- geral do PCP [Jerónimo de Sousa] vir dizer que não lhe parece que a atual solução política seja patriótica e de esquerda” e que a solução “dificilmente se repetirá”. “Bem pode dizer isso em véspera de eleições autárquicas”, vincou, acrescentando não saber “como é que se vão desculpar agora nos seus concelhos por alguma coisa estar a correr mal”, depois de terem “suportado o Governo”.

O estado da justiça e da educação estiveram também no rol da criticas do presidente do partido “à geringonça, a que o PSD quer fazer frente, tentando “recuperar o primeiro lugar” em termos de autarquias do PSD.

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