O Presidente da República disse esta sexta-feira, em Malta, que embora haja diferentes formas de pensar na União Europeia, todos concordam que para resolver o problema das migrações é necessário estabilizar e desenvolver os países africanos.

Penso que podemos dizer que concordamos que para os resolver [problemas causados pelas migrações] é preciso diplomacia, segurança, políticas de defesa e desenvolvimento dos países africanos. A segurança é importante, mas é necessário criar condições nesses países para uma estabilização económica, social e política, pensar no futuro das novas gerações”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.

A declaração do chefe de Estado português foi feita em inglês na presença de outros Presidentes não executivos da União Europeia, que participaram no 13.º encontro do Grupo de Arraiolos, assim designado por a primeira iniciativa do género se ter realizado naquela vila alentejana, em 2003.

Durante a sessão de trabalho desta manhã, sobre segurança na área euro-mediterrânica, com outros 12 chefes de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha defendido que sem se resolverem as questões do desenvolvimento em África, “os problemas persistirão, é preciso ser realista”.

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Também o Presidente búlgaro, Rumen Radev, se referiu à importância de “se interferir na origem [do problema]: Temos que estabilizar estas zonas, manter a população nos seus países, ajudar as populações a terem uma perspetiva de futuro”.

Por seu lado, o Presidente da Letónia, aproveitou a sua declaração final para anunciar que o próximo encontro será na capital letã, Riga, em 2018.

Este 13.º encontro do Grupo de Arraiolos foi o que reuniu mais chefes de Estado, sendo três delas mulheres (Malta, Croácia e Estónia).

Além da anfitriã, a Presidente de Malta, Marie-Louise Coleiro Preca, estiveram presentes os chefes de Estado da Áustria, Alexander Van der Bellen, Bulgária, Rumen Radev, Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, Eslovénia, Borut Pahor, Estónia, Kersti Kaljulaid, Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, Grécia, Prokópis Pavlópoulos, Hungria, János Áder, Itália, Sergio Mattarella, Letónia, Raimonds Vejonis, Polónia, Andrzej Duda, e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

A iniciativa destes encontros partiu do então Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio, que juntou, em 2003, seis chefes de Estado com poderes semelhantes aos seus para discutir o futuro da União Europeia.

Desde então, os encontros têm-se realizado praticamente com uma periodicidade anual em cidades europeias.

No ano passado, o encontro realizou-se em Sófia, Bulgária, com a participação de oito chefes de Estado (Finlândia, Hungria, Bulgária, Malta, Itália, Letónia, Polónia e de Portugal).