O treinador do Benfica reforçou esta sexta-feira a ideia de que “os campeonatos não são fáceis” e desdramatizou o facto de os ‘encarnados’ já terem cedido pontos na I Liga portuguesa de futebol.

O técnico, que fazia a antevisão à visita ao Boavista, no sábado, da sexta jornada, lembrou o percurso dos tetracampeões nacionais nos dois últimos anos e considerou que a principal competição nacional será disputada até ao fim.

Já ganhámos uma Supertaça e tivemos jogos difíceis que também foram ganhos. Eu não sou de comparações com o passado, mas, no ano passado, por esta altura, tínhamos os mesmos 13 pontos, tínhamos 11 golos marcados e quatro sofridos, enquanto agora temos 12 marcados e três sofridos. Nunca disse que os campeonatos são fáceis. Há dois anos disputámos o campeonato até à última jornada com o Sporting e, no ano passado, passou-se o mesmo, mas com o FC Porto. Este ano alguém imagina que seja diferente?”, questionou.

Rui Vitória referiu que a única diferença entre o mesmo período da temporada transata e da atual está no ponto conquistado na Liga dos Campeões em 2016/17 (empate 1-1 com o Besiktas), algo que as ‘águias’ não alcançaram na quarta-feira, ao perderem em casa com o CSKA de Moscovo, por 2-1, na primeira ronda da fase de grupos.

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Por outro lado, o treinador voltou a mostrar confiança nos jogadores que tem à disposição, apesar de admitir que é necessário “arranjar algumas nuances” no modelo de jogo, uma vez que Ederson, Nélson Semedo e Lindelöf, que deixaram a Luz neste verão, tinham características diferentes.

“Há um ano estávamos a perguntar quem iria substituir o Renato [Sanches] e o Nico [Gaitán]. Eram as mesmas conversas. O Benfica tem vivido sempre sob esta questão e as soluções foram sendo encontradas. A matéria prima que temos é diferente e vamos ter de arranjar algumas nuances no jogo, que possam valorizar os jogadores. Isto faz parte do processo das equipas”, salientou.

De resto, Rui Vitória assegurou que não gosta de “funcionar só por sensações” e voltou a fazer a defesa do médio Filipe Augusto, que tem sido o eleito para fazer dupla com Pizzi no centro do terreno. “Os dados objetivos é que me orientam. Olho mais para o que um jogador dá ao jogo, em detrimento do que pode dar. O Filipe Augusto, na Liga dos Campeões, foi o jogador que mais correu, que mais passou durante o jogo, com mais passes para a frente, o que ganhou mais duelos. São dados factuais”, defendeu.

Rui Vitória perspetivou ainda um “jogo difícil” no Estádio do Bessa, perante um Boavista que mudou de treinador esta semana, substituindo Miguel Leal por Jorge Simão. Contudo, o técnico benfiquista não acredita em alterações profundas na equipa ‘axadrezada’, embora admita que existirá “aqui ou ali uma reação típica de quando há uma mudança”.

Não acredito que haja novas ideias em dois ou três dias. Há as ideias do Miguel [Leal] e há eventuais reações dos jogadores, que nem deveriam existir, porque são os mesmos. Sabemos o que o Boavista nos pode apresentar, a forma como joga no seu estádio. Independentemente do treinador, iria sempre ser um jogo com características muito específicas”, analisou.

Benfica, terceiro classificado com 13 pontos, e Boavista, 16.º com três, jogam no sábado, a partir das 18:15, no Estádio do Bessa, no Porto, num encontro que será dirigido pelo árbitro Artur Soares Dias, da associação do Porto.