O facto de a S&P ter subido o rating da dívida portuguesa — passou de “lixo” a investimento — devia ser aproveitado para aumentar a competitividade do país e, assim, “marcar o início de um novo ciclo de desenvolvimento, sem esquecer o que ainda temos para resolver, como a baixa produtividade do país, as qualificações dos recursos humanos, entre outros”, diz ao Observador António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

“Só nos podemos regozijar com esta boa notícia. Era uma notícia que já esperávamos há seis anos”, afirmou, reforçando que a decisão da agência de rating vai permitir que a economia portuguesa aumente a sua capacidade de financiamento. “As empresas só podem regozijar-se”, reforçou.

Agência S&P tira “rating” de Portugal de “lixo”

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A S&P não é uma agência paga pelo Estado português desde que o governo de Passos Coelho suspendeu o contrato que tinha com a agência. As únicas que mantêm contrato com o Estado são a Moody’s e a Fitch, mas ainda não estão convencidas das melhorias da economia pelo que ainda não tomaram a mesma decisão que a S&P tomou.

O líder dos patrões disse ao Observador que isto vai permitir que o país aceda a capitais e financiamento em diferentes condições e que as empresas sejam recapitalizadas. “Com esta reputação melhorada, o país tem acesso a capital em melhores condições e dá às empresas melhores possibilidades para ultrapassar a insuficiência de capital que tem estado presente há anos”.

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António Saraiva conclui que “quem está de parabéns é o país” e que “o mérito é o do caminho que trilhámos, é o resultado dos sacrifícios que todos fizemos. O país está de parabéns e todos os portugueses também. É o reconhecimento de um enorme esforço e devemos aproveitar para continuar a fazer reformas e melhorar ainda mais a notação que hoje obtivemos”, afirmou.