A consultora BMI Research considerou que o setor bancário de Moçambique ficou dependente dos empréstimos ao setor público para manter o crescimento, devido ao ambiente económico criado pelo incumprimento financeiro do Estado em 2016.

Apesar de o crescimento dos empréstimos aos clientes provavelmente continuar a ter um desempenho negativo nos próximos meses, o setor bancário vai encontrar algum apoio por parte de um Governo que tem poucas fontes alternativas de crédito”, escrevem estes analistas.

Numa nota sobre o setor financeiro, enviada aos analistas e a que a Lusa teve acesso, esta consultora do grupo Fitch acrescenta que isto acontece porque “o Governo tem cada vez mais estado arredado dos mercados internacionais da dívida no seguimento da divulgação de dívidas escondidas e do subsequente incumprimento financeiro”

Com recurso limitado a financiamento externo, o Governo tem dependido cada vez mais nos bancos nacionais para crédito, mas não acreditamos que este seja um modelo sustentável de crescimento para os bancos”, escrevem os analistas.

Segundo a BMI Research, o crescimento no mercado dos títulos dos bancos foi de 19,1%, em média, no primeiro semestre deste ano face aos primeiros seis meses do ano passado, o que compara com uma expansão de apenas 4,1% no crédito concedido no mesmo período.

Este modelo, afirmam, não é sustentável para além do próximo ano, e por isso a BMI Research diz que “o Governo vai fazer um caminho lento para um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional nos próximos trimestres, o que implica restrições nos empréstimos do Estado”.

Como o FMI consegue emprestar a taxas de juro mais baixas que a banca comercial, a BMI acredita que “os empréstimos concessionais vão gradualmente substituir o papel do setor bancário de Moçambique como credor do Governo”.

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