O debate geral anual da 72ª Assembleia-Geral da ONU começa esta terça-feira na sede da organização, em Nova Iorque, com o discurso do Presidente brasileiro, Michel Temer, a que se seguirá a intervenção do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Cumprindo a tradição que reserva ao chefe de Estado do Brasil honras de abertura dos discursos no órgão multilateral, Michel Temer aproveitará a oportunidade para falar da recuperação económica do seu país, que nos últimos meses mostrou sinais positivos, de crescimento, e para sublinhar que tal só foi possível graças às reformas liberais que impôs, com a oposição dos sindicatos e partidos de esquerda.

Por sua vez, Donald Trump não poderá deixar de falar de questões tão prementes como a sobrevivência do acordo nuclear com o Irão e a situação de alta tensão com a Coreia do Norte, bem como da crise na Venezuela, em relação à qual não descartou a hipótese de uma intervenção militar.

Outro dos temas do seu discurso prender-se-á com a melhor forma de gerir as operações de paz da ONU no mundo, uma questão que o levou na segunda-feira a instar quase 130 países a assinarem uma declaração política visando uma reforma da Organização das Nações Unidas cuja ação, na sua opinião, é há vários anos dificultada pela sua “burocracia”.

Na quarta-feira, às 11:30 locais (16:30 em Lisboa), será a vez de o primeiro-ministro português, António Costa, se estrear como orador no debate geral, entre chefes de Estado e de Governo, com um discurso centrado nos valores do desenvolvimento sustentável e da defesa do ambiente.

Subordinado ao tema “Concentrando-nos nas Pessoas — Lutar pela Paz e por uma Vida Decente para Todos num Planeta Sustentável”, o debate geral decorrerá até 25 de setembro, nesta 72.ª sessão da Assembleia-Geral presidida por Miroslav Lajcák, ministro dos Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus da Eslováquia. Imediatamente antes da abertura do debate geral, às 9:00 locais (14:00 em Lisboa), caberá ao secretário-geral da ONU, António Guterres, apresentar o seu relatório anual, apesar de ainda não ocupar o cargo há um ano.

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