O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou esta terça-feira que o partido pondera pedir, no parlamento, a alteração legislativa das mudanças introduzidas na lei da imigração, de forma a torná-la “menos arriscada” para o país.

O Diário de Notícias revela esta terça-feira que disparou o número de imigrantes a requerer ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) autorização de residência em Portugal, de acordo com o novo regime que abriu mais possibilidades de legalização. Segundo o jornal, entraram 4.073 novos pedidos, a maioria alegando promessas de contrato de trabalho, que passou a ser permitido, valor que supera largamente a média de 300 pedidos semanais na anterior lei (um aumento de 1300%).

Eu chamei a atenção para os riscos que estas alterações introduzidas nas leis da imigração podiam trazer para o país em termos de segurança”, recordou, lembrando que foi criticado pela “generalidade dos partidos que apoiam o Governo”.

Passos Coelho falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma ação de campanha em Arcos de Valdevez, referindo-se a acusações de xenofobia e racismo de que foi alvo quando falou neste tema, na Festa do Pontal, em agosto.

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Para o líder social-democrata, “os dados que hoje vêm a público indicam que poderá estar a registar-se um efeito de chamada com essas alterações e esses efeitos de chamada são arriscados”.

Salientando que “ainda é cedo” para perceber se é disso que se trata, Passos Coelho lembrou que “o PSD tem uma visão muito crítica” das alterações introduzidas na lei que regula a entrada, saída e permanência de estrangeiros depois de alterações propostas pelo BE e aprovadas no parlamento em julho.

Não deixaremos na Assembleia da República de ponderar a possibilidade de solicitar a alteração legislativa de modo a poder tornar menos arriscada a posição do país sem com isso o transformar – como já não era – um país fechado”, frisou.

Questionado se não teme que regressem as críticas de xenofobia, o líder do PSD considerou que “há coisas que são tão absurdas que não vale a pena responder”.