Um alto funcionário da Jerónimo Martins foi detido na Colômbia por suspeita de corrupção privada, no seguimento de uma denuncia feita pela própria empresa às autoridades colombianas.

Segundo o Ministério Público da Colômbia, Pedro Jorge Marqués Silvestre Dacosta Coelho, “diretor de operações da empresa ARA [cadeia de supermercados que a Jerónimo Martins tem na Colômbia desde 2013]”, pedia entre os 50 e os 80 milhões de pesos (entre os 14 e os 23 mil euros) para “adjudicar contratos de construção de lojas na Colômbia”.

O português, refere o mesmo comunicado, terá também pedido 20 milhões de pesos (cerca de 5,7 mil euros) a uma das empresas de construção em nome da sua mulher, exigindo ainda que o nome dela fosse incluído nas folhas de pagamento, para receber um ordenado como se fosse funcionária da empresa, mas sem nunca lá ter trabalhado.

“Aparentemente, Silvestre Dacosta Coelho terá chegado ao ponto de exigir a um dos empreiteiros que remodelasse a sua casa, um apartamento luxuoso em Bogotá, em troca de não lhe retirar a obra que lhe tinha sido adjudicada”, lê-se no comunicado.

O cidadão português é acusado de corrupção privada e será ainda presente a um juiz. As autoridades consideram esta detenção “um marco na luta contra a corrupção privada”.

O Grupo Jerónimo Martins confirmou, ao Observador, a detenção do “até aqui Diretor de Operações da Ara, acrescentando que “a Jerónimo Martins Colombia tinha denunciado às autoridades colombianas a existência de um potencial caso de corrupção privada, em benefício próprio e em prejuízo da Companhia, detetado pelos sistemas internos.”

“Graças à atuação conjunta com as autoridades colombianas, foi possível avançar para a instauração de um processo, que resultou na detenção anunciada. Estando o processo em curso, sob a condução das autoridades colombianas, e por respeito ao desenvolvimento da sua atividade, vamos abster-nos, para já, de fazer mais comentários públicos sobre o assunto”, referiu ainda.

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