O governo catalão não aceita que o estado espanhol tome controlo dos Mossos d’Esquadra, a polícia autónoma da Catalunha.

Em declaração oficial, Joaquim Forn, conselheiro do Interior do governo de Carles Puigdemont, afirma que “é intolerável que o Estado coordene as operações policiais na Catalunha através de um alto responsável do Ministério [do Interior, parte do governo de Rajoy]”.

Polícia catalã passa a estar sob o controlo do Governo espanhol

O Ministério Público do Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha convocou este sábado uma reunião com os responsáveis da Guardia Civil, Policía Nacional e com os Mossos d’Esquadra (autoridade policial autónoma catalã), onde irá anunciar que as forças de segurança no território da Catalunha passarão a ser coordenadas pelo Ministério do Interior.

Na prática, tal significa que o Governo de Espanha vai assumir o controlo da polícia da Catalunha. O objetivo é impedir a realização do referendo sobre a independência da Catalunha convocado para o dia 1 de outubro.

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A decisão foi solicitada pelo Ministério Público à luz dos acontecimentos desta semana na Região Autónoma da Catalunha, e depois do Ministério do Interior ter comunicado por carta ao conselheiro do respetivo departamento da Generalitat (Governo Autónomo de Barcelona), Joaquin Forn, o envio para a região de unidades da polícia nacional e da Guarda Civil para apoiar os Mossos d’Esquadra na manutenção da ordem pública, noticiou a Efe.

Recorde-se que esta sexta-feira, a comissão eleitoral temporária criada para gerir o referendo dissolveu-se, para evitar represálias por parte das autoridades espanholas. Esta auto-extinção verificou-se após a detenção de diversos membros da Generalitat (Governo Regional da Catalunha) que estavam a organizar a consulta popular defendida pelos partidos que apoiam o atual Executivo regional.

Entretanto, o presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, aproveitou um comício realizado também na passada sexta-feira para agitar ainda mais os ânimos. Num evento em Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Puigdemont apelou ao voto no “sim” e classificou Mariano Rajoy como “guardião do túmulo” de Franco.

A Generalitat agendou um referendo sobre a independência da região para o próximo dia 01 de outubro, o que é contestado pelo Governo central, e foi “suspenso” pelo Tribunal Constitucional de Espanha.