O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, reiterou esta segunda-feira o seu compromisso com a restauração de uma paz duradoura no país, apontando o diálogo em curso com a Renamo, principal partido da oposição, como essencial para a estabilidade no país.

Filipe Nyusi referiu-se aos atuais esforços para o alcance da paz, numa declaração à comunicação social, após prestar homenagem aos heróis moçambicanos, por ocasião do 53.º aniversário do início da luta armada de libertação nacional contra o colonialismo português.

Continuamos a trabalhar para que tenhamos a paz efetiva em Moçambique, continuamos a dialogar entre diferentes forças da sociedade civil e não só, sobretudo com o maior partido da oposição”, declarou o chefe de Estado moçambicano.

A sociedade moçambicana, prosseguiu, deve mobilizar-se no sentido de garantir o alcance da paz no país, assinalando que a estabilidade é o bem mais precioso para o povo.

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Na sexta-feira, o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, fez a sua primeira aparição pública desde há ano e meio e anunciou já ter acordo com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, para a eleição dos governadores provinciais.

“Pela primeira vez, a Frelimo concordou e disse sim, haverá eleição de governadores” nas eleições gerais de 2019, referiu o líder do principal partido da oposição, citado pelo portal do jornal O País e em declarações transmitidas pelo canal de televisão STV.

“É um acordo entre Dhlakama e [o Presidente da República] Nyusi”, que dirige também a Frelimo, acrescentou.

Afonso Dhlakama discursava durante uma reunião da comissão política da Renamo na serra da Gorongosa, onde se encontra refugiado.

O líder da oposição referiu que, graças ao acordo, o projeto de descentralização da Renamo deverá ser aprovado quando chegar à Assembleia da República, onde a Frelimo tem maioria.

Apesar de Governo e Renamo terem assinado em 1992 o Acordo Geral de Paz, e um segundo acordo em 2014 para a cessação das hostilidades militares, Moçambique vive ciclicamente surtos de violência pós-eleitoral, devido à recusa do principal partido da oposição em aceitar os resultados, alegando fraude.

Em maio, o líder da Renamo anunciou uma trégua nos confrontos com as FDS por tempo indeterminado, após contactos com o chefe de Estado moçambicano.