A Autoridade de Aviação do Reino Unido informou esta segunda-feira que a companhia britânica Monarch deixou de operar e cancelou todos os voos, deixando em terra cerca de 110 mil passageiros. O Governo britânico já pediu à Autoridade de Aviação no Reino Unido (CAA, sigla em inglês) que aprove a saída de 30 aviões para repatriar passageiros afetados e solicitou aos passageiros que iriam voar esta segunda-feira que não se dirijam aos aeroportos.
O fecho imediato das atividades da empresa implica ainda, de acordo com a companhia aérea, a anulação de 300 mil reservas já feitas.
A Monarch é a quinta companhia aérea do Reino Unido e a mais importante do país a declarar-se na bancarrota. Ainda manteve conversações com a CAA para renovar a licença e vender pacotes turísticos, mas o limite para o acordo era a passada meia-noite. A Autoridade de Aviação civil já admitiu que se trata de uma situação “sem precedentes” e assinalou que os passageiros que estão no estrangeiro regressarão ao seu país sem que isto suponha um custo acrescido.
A Monarch também voava para Portugal. Em abril, a companhia aérea previa transportar este verão 75 mil passageiros nas novas rotas dos aeroportos de Birmingham, Manchester e Luton com destino ao Porto.
Na altura, Iam Chambers, responsável pela área comercial da companhia aérea, afirmou que Portugal era “um dos melhores destinos em termos de crescimento, da companhia”, acrescentando que o verão de 2017 era já “um sucesso para a Monarch, registando um crescimento de 32% face ao verão do ano passado”. Além do Porto, a Monarch voava também para a Madeira (Funchal), Lisboa e Faro.
O porta-voz da CAA, Deirdre Hutton, pediu aos passageiros paciência e afirmou que “a grande maioria” dos clientes na Monarch que tinham previsto voar esta segunda-feira para o Reino Unido o farão até ao final do dia. Por seu lado, o conselheiro delegado da CAA, Andrew Haines, precisou que a dimensão da operação de repatriamento provocará “inevitavelmente” uma alteração na viagem dos passageiros.
Pedimos aos clientes que tenham paciência pois trabalhamos em contrarrelógio para os trazer para casa”, acrescentou.
O ministro dos Transportes, Chris Grayling, disse esta segunda-feira que foi montada “a maior operação de repatriamento em tempo de paz” e reconheceu que é uma situação “muito angustiante para os turistas britânicos que estão no estrangeiro” e que a prioridade era ajudá-los.
Monarch teve de enfrentar dificuldades nos últimos anos, especialmente depois da queda de mercados turísticos como a Turquia e o Egito devido à situação de insegurança nesses países, o que obrigou a companhia a competir com mercados como a Grécia ou Espanha.
A companhia aérea transportou no ano passado 6,3 milhões de passageiros a 40 destinos desde os aeroportos de Gatwick e Luton, em Londres, e desde Birmingham, Leeds e Manchester.
A ANAC está a prestar atenção
A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) disse que tem estado em contacto com as autoridades do Reino Unido a propósito do fecho da companhia Monarch, para garantir o regresso para Portugal dos passageiros afetados.
A ANAC informa os senhores passageiros com título de transporte da companhia aérea Monarch Airlines, que se encontrem fora de Portugal e pretendam regressar, que tem estado em contacto permanente com as Autoridades do Reino Unido, com o objetivo de garantir a proteção dos passageiros”, lê-se no comunicado hoje divulgado.
O regulador da aviação civil pede aos passageiros afetados que enviem para o e-mail passageirosmonarch@anac.pt cópia do título de transporte, nome do passageiro, aeroporto de origem e a data do voo de regresso, de modo a ajudar a diligenciar o seu regresso.
“A ANAC continuará a acompanhar a situação em articulação com a Autoridade do Reino Unido e a Comissão Europeia, no sentido de trazer os passageiros que pretendam regressar ao território nacional, pelo que dará conta dos desenvolvimentos da situação no seu ‘site’”, termina a informação divulgada.