O médico que tratou de Kim Jong-nam testemunhou segunda-feira no julgamento das duas mulheres acusadas de terem envenenado o meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un. Segundo Nik Mohd Azrul Ariff Raja Azlan, Nam “agarrava a sua cabeça com as suas mãos” e era incapaz de responder às perguntas, acrescentando que “cerrava os olhos”, “tinha a cara vermelha” e “suava abundantemente”.

No tribunal, Nik detalhou ainda que Nam começou a demonstrar sintomas de enfarte após ter tido uma subida de pressão sanguínea e um acelerar de pulsação. De seguida, Nam apertou o maxilar e revirou os olhos, entrando num estado de choque em que a pulsação e a pressão sanguínea começaram a descer. O pessoal médico, revela, conseguiu parar o enfarte após lhe ter administrado adrenalina, entre outros medicamentos. O norte-coreano foi enviado para o hospital após ter estado uma hora na clínica, morrendo a caminho.

Esta terça-feira o governo da Malásia apresentou um post mortem no julgamento que mostra que o veneno responsável pela morte de Nam, o agente nervoso VX, não se encontrava apenas nos olhos e na cara do norte-coreano, local onde foi contaminado, mas também no sangue, na urina e na roupa.

O relatório revela ainda que o corpo de Kim apresentava danos em partes do cérebro, fígado, em ambos os pulmões e no baço, bem como níveis baixos de uma enzima vital ao funcionamento do sistema nervoso. Em tribunal, a patologista Nur Ashikin Othman afirmou que a eficácia do VX está adjacente à dosagem, ao tipo e à duração da exposição, o que explica que os níveis das enzimas das suspeitas de envenenamento fossem normais.

Doan Thi Huong e Siti Aisyah, as mulheres acusadas de terem assassinado Kim Jong-nam no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, declararam-se inocentes esta segunda-feira perante o tribunal.

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