“Menino querido da família.” Foi assim que Cristiano Ronaldo se sentiu da primeira vez em que a sua mãe e as irmãs foram assistir a um dos seus jogos, sentadas nas bancadas. “Elas estavam todas juntas e não aplaudiam nem gritavam, só me acenavam como se estivessem numa parada ou algo do género. Parecia mesmo que nunca tinham estado num jogo de futebol na vida. Mas estavam lá e só isso me importava.”

O episódio é um dos vários contados pelo próprio Ronaldo, num texto em inglês escrito na primeira pessoa, publicado no site “The Players’ Tribune”. A página publica regularmente artigos deste tipo de vários desportistas, tendo já divulgado textos de grandes nomes do futebol como Marcelo, Robben ou Dani Alves.

No texto, Ronaldo recorda o apoio que teve do pai desde cedo — que assistia a todos os seus jogos no Andorinha — e de como ansiava convencer o resto da família a fazer o mesmo. Tal acabou por acontecer, depois de saberem que marcou três golos numa só partida. Ronaldo recorda esse e outros momentos no artigo, como quando, já a jogar em Alvalade, a sua mãe começou a precisar de tomar ansiolíticos para aos seus jogos, tais eram os nervos. “Eu dizia-lhe ‘lembras-te quando não querias saber de futebol?'”, recorda Ronaldo, rematando a frase com um emoji.

Passando pelos tempos em Alvalade e a ida para Manchester, o jogador faz uma análise da sua carreira e vida, sobretudo comparando-a com o facto de agora ser pai e de como, apesar de a vitória continuar a ser a sua “ambição derradeira”, a sua vida tem agora um novo valor. “Há uma alegria que só compreendi quando fui pai”, diz o craque. Mas explica mais: “Quero continuar a quebrar recordes em Madrid. Quero ganhar o maior número de títulos possíveis. É essa a minha natureza”, assegura o jogador do Real Madrid aos fãs. “Mas o mais importante do meu tempo em Madrid e aquilo que vou contar aos meus netos quando tiver 95 anos, é o que senti ao andar pelo campo depois de me tornar campeão, de mão dada com o meu filho.”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR