Confirmaram-se as piores expetativas: a FIFA recusou o recurso interposto pelo Leicester e Adrien Silva vai mesmo ficar de fora até janeiro. Desta forma, repete-se o filme que já tinha acontecido em 2011 com Yannick Djaló, quando o avançado foi transferido já fora de tempo para o Nice e acabou também por ficar sem licença para jogar até janeiro de 2012.

“Podemos confirmar a decisão do Comité do Estatuto dos Jogadores: a petição apresentada pela Federação de Futebol Inglesa para a emissão do Certificado Internacional do jogador Adrien Silva e subsequente inscrição do jogador no clube Leicester City foi rejeitada”, revelou a Sky Sports, citando um porta-voz da FIFA.

Vamos resumir o que se passou: enquanto ia esticando a corda com o Chelsea para a venda de Drinkwater, o Leicester estava também em conversações com o Sporting para a contratação de Adrien Silva no último dia de mercado. Mas começou com a fasquia baixa, demasiado baixa. Depois de avanços e recuos, o acordo foi alcançado mas deu entrada com um atraso de segundos nos serviços. 14 segundos, para sermos mais precisos. E, como tal, já foi realizada a 1 de setembro…

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Por tratar-se de um lapso temporal demasiado curto e por ser um jogador internacional, a Federação Inglesa de Futebol, que aceitou a inscrição do jogador, interpôs recurso para a FIFA. E, segundo foram explicando ao Observador, havia uma esperança fundada de que tudo seria resolvido da melhor forma. Algo que, como se percebe agora, não se confirmou. E o médio só voltará a jogar em janeiro, algo que poderá também ter efeitos na Seleção Nacional porque se trata de um dos jogadores normalmente eleitos e que vai perder ritmo de competição.

Leicester e Sporting confirmam venda, Adrien confia na decisão da FIFA para não ser como Yannick

No entanto, existe uma grande diferença entre os casos de Adrien Silva e Yannick Djaló: em 2011, e depois da FIFA recusar o recurso do Nice/Federação Francesa de Futebol, os gauleses recusaram-se a pagar os quatro milhões de euros acordados com os leões e o avançado ficou inclusivamente livre para decidir o seu futuro (mais tarde, após processos e recursos, acabaram por pagar 800 mil euros ao conjunto verde e branco); agora, este obstáculo não deverá alterar o acordo e respetivo pagamento que tinha sido celebrado entre Leicester e Sporting.

Recorde-se que, após uma longa noite (e madrugada) de 31 de agosto, os leões enviaram dois comunicados à CMVM a 1 de setembro: no primeiro, às 10h38, era anunciado “o acordo com o Leicester City Football Club para a cedência a título definitivo dos direitos desportivos e económicos do jogador profissional Adrien Silva, estando o registo da mesma a aguardar confirmação da FIFA”; no segundo, às 19h46, eram apresentados os valores em causa – um encaixe global de 29,5 milhões de euros (e 15% de uma futura mais valia) com 20 milhões fixos, 4,5 milhões de renúncia de créditos do jogador e cinco variáveis consoante a performance do jogador e do clube. Apenas este último item poderá sofrer algumas alterações após esta decisão da FIFA.

De recordar que, no passado domingo, no intervalo do clássico entre Sporting e FC Porto, o médio foi alvo de uma sentida homenagem no estádio José Alvalade. Com a camisola número 241 (número de jogos que fez de leão ao peito), o jogador não evitou as lágrimas ao recordar e agradecer um percurso que começou aos 12 anos, quando Aurélio Pereira viu nele o talento para vingar no futebol. E os adeptos renderam-se numa última salva de palmas.