Com o veículo autónomo visto como a próxima fronteira a alcançar, são vários os fabricantes automóveis que vão procurando adiantar-se nesta corrida, desde logo, registando patentes de novas tecnologias. Muitas vezes, no mínimo, invulgares. Como é, aliás, o caso do mais recente pedido feito pela japonesa Toyota junto das autoridades norte-americanas, no qual requer a autoria de um novo sistema de navegação para carros autónomos que, através da realidade virtual, convida o ocupante… a conduzir! Mas, então, não seria fácil dar-lhe um volante e pronto?

Se o leitor está tão confuso quanto nós ficámos, saiba que apesar da solução poder parecer algo redundante, a ideia é, em si, bastante simples. Basicamente, a Toyota propõe um sistema de navegação que, instalado num carro autónomo, utiliza a realidade virtual para mostrar aos ocupantes, antecipadamente, a imagem do trajecto (por exemplo, num cruzamento, numa bifurcação…) que o carro vai seguir. No caso dos passageiros não concordarem com o caminho escolhido pelo veículo, podem sempre seleccionar, mais uma vez recorrendo ao mesmo sistema de realidade virtual, um outro caminho.

Para um melhor entendimento, a Toyota convida os ocupantes a serem um espécie de comandantes da “embarcação”, definindo destinos, trajectos ou alterações nos percursos, cabendo depois ao carro executar a ordem. No entanto, garantido está também que o próprio sistema contará com algumas salvaguardas, capazes de evitar que o condutor opte por um trajecto que não deve. Como, por exemplo, “queimando” um sentido proibido.

De acordo com o pedido de registo de patente apresentado pela marca nipónica, esta nova solução utiliza um conjunto de tecnologias que já existem. Combinando-as, depois, com mapas, para permitir ao sistema de realidade virtual apresentar uma imagem correcta dos vários pontos ao longo do trajecto.

Finalmente, e tal como todas as patentes, nada garante que esta nova invenção venha a conhecer a luz do dia. Até pelas redundâncias de que parece enfermar – afinal, qualquer condutor já consegue definir, hoje em dia e em qualquer momento, rotas alternativas no seu sistema de navegação. Por outro lado, a necessidade de uma permanente atenção à estrada e ao trajecto, de forma a poder optar por outro caminho que não o definido pelo sistema, levanta a questão: então, porque não (simplesmente) conduzir?

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