Todos os Estados, organizações internacionais e organizações da sociedade civil devem reconhecer que “é um imperativo humanitário universal banir as armas nucleares, mesmo para os Estados que não as têm”, afirma, na página do Facebook, a Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN), vencedora do prémio Nobel da Paz 2017. “Os Estados com armamento nuclear têm a obrigação de eliminar completamente as suas armas nucleares.”
O Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares (NPT), da Organização das Nações Unidas, assinado atualmente por 191 Estados também tem como objetivo o controlo da propagação das armas nucleares. O tratado pretende “prevenir a disseminação de armas nucleares e tecnologia de armas, promover a cooperação de usos pacíficos da energia nuclear e promover o objetivo de desarmamento generalizado e completo”.
Dos 191 Estados que assinaram o tratado, que entrou em vigor em 1970, cinco têm armas nucleares: os Estados Unidos e a Rússia (que têm 93% do armamento total), e ainda China, França e Reino Unido. Existem, no entanto, países fora do acordo que têm (ou que se presume que tenham) armamento nuclear: Coreia do Norte, Índia, Paquistão e Israel. A Coreia do Norte chegou a assinar o tratado em 1985, mas revogou-o em 2003, tornando-se o primeiro país a sair deste acordo.
A quantidade de armas nucleares existentes no planeta teve um pico durante a Guerra Fria, mas nos últimos 25 anos foi reduzida a menos de um terço. A África do Sul, Ucrânia, Bielorússia e Casaquistão chegaram a ter armas nucleares, mas eliminaram-nas ou transferiram-nas para Estados que as possuíssem.
O Fundo Ploughshares tem financiado, ao longo dos últimos 35 anos, pessoas e organizações que lutam ativamente para reduzir e, eventualmente, eliminar os perigos causados pelas armas nucleares. Uma das entidades financiadas foi o ICAN. O fundo considera que a organização tem desempenhado um papel fundamental na luta contra o armamento nuclear, papel esse também reconhecido com a atribuição do prémio Nobel da Paz.
“As armas nucleares não fazem nada para nos proteger das ameaças do século XXI. Ainda assim, o governo norte-americano planeia gastar um bilião de dólares [cerca de 854 mil milhões de euros] nos próximos 30 anos para reabastecer o arsenal”, refere o site do Fundo Ploughshares. “Estes planos podem fazer com que a Rússia, a China e outros países fabriquem ainda mais armas nucleares.”