Os soldados russos a contrato poderão vir a ser proibidos de publicar qualquer tipo de material em redes sociais. O ministro da Defesa russo propôs uma lei que pretende banir publicações em redes sociais a soldados que estejam em serviço ou em zonas de segurança para evitar que se possa expor informação sensível ou confidencial.

A proposta de lei vem no seguimento de algumas publicações que revelaram as movimentações de forças russas na Ucrânia e na Síria. A geolocalização automática é a principal responsável pela revelação da localização dos soldados russos. Além disso, conforme mostrou uma jornalista da BBC, Myroslava Petsa, alguns soldados optam mesmo por escrever onde estão ou para onde vão.

A Rússia nega qualquer tipo de ajuda militar direta aos rebeldes pro-russos que, a seguir à anexação da Crimeia em 2014, tomaram grande parte das províncias de Donetsk e Luhansk, declarando-as Repúblicas Populares. Fotos como a que Petsa partilhou são provas do contrário.

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No mesmo ano em que a Rússia anexou a Crimeia, a Bellingcat, uma equipa de investigação especializada na análise das redes sociais, descobriu posts de soldados que confirmavam a morte de membros do exército no leste da Ucrânia, onde se encontram Donetsk e Luhansk.

Um ano depois, em 2015, uma reportagem de Simon Ostrovsky para VICE News, “Selfie Soldiers: Russia Checks in to Ukraine”, revelou o envolvimento direto da Rússia nos conflitos entre rebeldes pró-russos e o exército ucraniano através de posts em redes sociais.

Segundo a agência de notícias russa Tass, espera-se que a lei entre em vigor a partir do início de 2018.