As obras públicas contratadas no primeiro semestre aumentaram 86% em termos homólogos, para 829,5 milhões de euros, e os concursos lançados subiram 88% para 1.382,2 milhões de euros, divulgou esta sexta-feira a associação sectorial.

Além de permitir inferir uma inversão da tendência de redução do investimento público dos últimos anos, esta análise coloca em evidência outros aspetos do mercado das obras públicas ao longo dos primeiros seis meses de 2017 e que retratam, em geral, um mercado em expansão, com mais obras, com mais donos de obra e com mais empresas a realizar obras, em média, de maior valor”, refere a Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) em comunicado.

Os 829,5 milhões de euros de obras públicas contratadas de janeiro a junho deste ano comparam com os 446,4 milhões de euros registados em 2016 (+86%), enquanto o número de concursos lançados aumentou de 1.132 para 1.913 (+69%) e o seu valor passou de 735,2 milhões para 1.382,2 milhões de euros (+88%).

Segundo a AECOPS, as obras relativas à construção de redes de energia, redes de abastecimento de água e a infraestruturas de transportes “foram as responsáveis pela parcela mais significativa” do investimento contratado – 307 milhões de euros, ou seja, 37% do total -, mas foram as obras relacionadas com os acabamentos em edifícios “que registaram o maior dinamismo”, crescendo 140% face ao primeiro semestre de 2016.

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Por dimensão, os contratos da classe três (com valores entre 332 mil euros e 1,328 milhões de euros) foram os que registaram um crescimento homólogo mais acentuado (+172%), seguidos pelos da classe dois (de 166 mil euros a 332 mil euros), com uma evolução de +162%.

Contudo – nota a associação – foram as pequenas obras, com valores até 166 mil euros, que representaram a maior fatia dos contratos celebrados até junho de 2017: mais de 261 milhões de euros, ou seja, 31,5% do total”.

Pelo terceiro ano consecutivo, não foi contratada nenhuma obra da classe nove (valor superior a 16,6 milhões de euros) durante os primeiros seis meses do ano.

No que diz respeito aos concursos de empreitadas de obras públicas promovidos, e contrariamente ao verificado nos concursos contratados, foram as obras de maior dimensão as que mais cresceram: até junho foram lançados dois anúncios de procedimentos da classe nove, o mais elevado dos quais com o valor de 60 milhões de euros, quando no semestre homólogo nenhuma obra havia ultrapassado os 21,5 milhões de euros.

Em conjunto, as obras das classes oito e nove (acima dos 10,6 milhões de euros) registaram um crescimento homólogo de 162%, enquanto os concursos de menor valor (até 166 mil euros) foram os que menos cresceram (+46%) face aos primeiros seis meses de 2016, representando apenas 3% do valor total posto a concurso no período em análise.

A análise da AECOPS reporta ainda que o recurso ao concurso limitado por prévia qualificação cresceu 191% face ao período homólogo, alocando mais de 132 milhões de euros, perto de 10% do montante total posto a concurso. Já o concurso público urgente, que não tinha sido utilizado no primeiro semestre de 2016, foi usado este ano para lançar 11 obras, no montante global de cerca de 10 milhões de euros.

Até junho, o concurso público aplicou-se a 1.847 obras, correspondentes a 90% do valor total posto a concurso.