Quando olhamos para a Antártida associamo-la, maioritariamente, à maior região gelada do planeta e esquecemo-nos de que é também lá que estão situados vários vulcões ativos, que se extendem por milhares de quilómetros. Este ano foram descobertos mais de 100 vulcões debaixo da superfície gelada da Antártida.

Ainda que nenhum esteja em atividade, o que aconteceria se estes vulcões entrassem em erupção? O El País tentou responder à pergunta e mostra em vídeo o que aconteceria à região.

O jornal recupera aquele que foi uma das maiores erupções que aquela zona já conheceu: o vulcão do Monte Takahe. A comunidade científica acredita que este vulcão está relacionado com uma série de erupções em larga escala, ricas em halogéneos, que aconteceu há cerca de 18 mil anos e que provocaram um buraco na camada de ozono. Segundo um estudo científico, o Takahe terá também sido responsável pelo aquecimento do hemisfério sul, o que provocou o degelo na altura.

Para voltar a acontecer este tipo de impacto ambiental teriam de ocorrer uma série de erupções de um ou mais vulcões que estivessem à superfície – o que é pouco provável. Mais provável seria que algum dos muitos vulcões submersos (alguns deles ativos) entrasse em erupção no futuro. Dada a enorme quantidade de gelo que se encontra por cima deles, a probabilidade de esses gases chegarem à atmosfera seria muito reduzida. Por essa razão, os efeitos não se comparariam aos do Takahe. Tudo passaria apenas pelo degelo da superfície.

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Uma erupção isolada não deveria ter grande impacto no fluxo de gelo na região, mas o mesmo não se pode dizer caso várias erupções (submersas ou não) tivessem lugar. Isto porque se se provocassem várias correntes de degelo, essa corrente podia chegar aos oceanos e aumentar o nível médio das águas.

Para além disso, caso vulcão entrasse em atividade isso poderia “acordar” outros vulcões. Os vulcões adormecidos estão desativados graças à pressão da camada de gelo à superfície que arrefece a sua câmara de magma. Com a diminuição dessa pressão esses vulcões poderiam “acordar” e levar ao aumento da sua atividade. No entanto, para que tal cenário acontecesse, essas erupções teriam de acontecer repetidamente até chegar a tais consequências climáticas.