Georgina Chapman anunciou na noite de terça-feira que vai deixar o marido, Harvey Weinstein, na sequência das acusações de assédio e chantagem sexual de que este tem sido alvo. Num comunicado enviado à revista People, a fundadora da marca de luxo Marchesa disse ter o “coração partido por causa de todas as mulheres que sofreram uma dor tremenda por causa destas ações imperdoáveis”. “Escolhi deixar o meu marido. A minha prioridade é tomar conta dos meus filhos pequenos e peço aos meios de comunicação que me deem privacidade nesta altura.”

Chapman, de 41 anos, e Weinstein, de 65, estão casados desde 2007 e têm dois filhos pequenos, de sete e quatro anos. Em resposta ao escândalo sexual revelado pelo jornal The New York Times no passado dia 5 de outubro, o produtor de cinema, que nega todas as acusações, afirmou exatamente o contrário — que tinha todo o apoio da mulher. “Ela apoia-me a 100%. Eu e a Georgina falámos sobre isto”, disse ao New York Post, acrescentando que a fundadora da Marchesa estava a ajudá-lo a tornar-se num “humano melhor” e a pedir desculpa “às pessoas” pelo seu “mau comportamento”.

Harvey Weinstein, famoso produtor de cinema e responsável por filmes como “Shakespeare in Love”, “O Discurso do Rei” ou “O Paciente Inglês”, está a ser acusado de três décadas de assédio e chantagem sexual. Segundo a investigação de dez meses do The New Yorker, Weinstein assediou mais de uma dezena de mulheres entre a década de 1990 e 2015. O cineasta terá até chegado a acordo com, pelo menos, oito vítimas, para que estas não tornassem os seus casos públicos.

Depois da publicação do artigo do jornal norte-americano, foram várias as atrizes que decidiram dar a cara e revelar os assédios de que foram vítimas. Uma das primeiras foi Ashley Judd, mas à longa lista já se juntaram nomes como Angelina Jolie ou e Gwyneth Paltrow.

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Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow dizem que foram assediadas por Harvey Weinstein

Esta última, tal como muitas outras mulheres antes e depois dela, foi convidada para tomar o pequeno almoço com Weinstein no seu quarto de hotel no Peninsula Beverly Hills onde, vestido apenas com um roupão, lhe sugeriu que lhe fizesse umas massagens.

As recentes revelações obrigaram Harvey Weinstein a abandonar a empresa de cinema independente que fundou depois de o conselho de administração ter decidido afastá-lo do cargo. O controlo do estúdio foi entregue ao seu irmão, Bob Weinstein, e ao diretor de operações David Glasser. Barack Obama considerou que o produtor “tem de ser condenado e responsabilizado”, salientando a a coragem das mulheres que se atreveram a contar estas histórias dolorosas”.