30 anos depois do desastre nuclear em Chernobyl, os problemas de radiação nuclear parecem ainda estar presentes na região soviética. Os javalis são um desses exemplos: esta espécie tem acusado sinais de radioatividade, tornando-se perigosa para consumo.

O problema não está propriamente nos javalis, mas naquilo que eles comem. A culpa pode estar nos cogumelos selvagens de que se alimentam nos meses frios, diz a Reuters. O inverno rigoroso que se faz sentir obriga a que esses animais se vejam forçados a alimentarem-se de uma espécie de cogumelos que cresce na região montanhosa de Sumava – uma zona partilhada por checos, austríacos e alemães.

O perigo, em princípio, não é muito. Jiri Drapal, da Administração Veterinária estatal, disse à Reuters que não será o consumo humano da carne de javali – típica no país – que irá provocar mortes, mas que o seu consumo continuado pode levar a problemas de saúde. Em causa está a presença da substância nuclear Cesium-137, que pode aumentar o risco de cancro, mas Drapal lembra que toda a carne é inspecionada antes de ser posta no mercado.

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A recomendação dos inspetores alimentares da República Checa é clara: não consumir essa carne. Esses especialistas descobriram que 47% de 614 javalis inspecionados entre 2014 e 2016 eram demasiado radioativos e por isso impróprios para serem consumidos.

O acidente nuclear de Chernobyl, em 1986, resultou na libertação de radiotividade na atmosfera, que se espalhou pelo território. Desde então, a região mudou e foram surgindo novas formas de biodiversidade.

A vida selvagem que prospera em Chernobyl