O armazenamento de energia, um dos maiores problemas das renováveis, pode ser facilitado com uma bateria de enxofre, ar, água e sal cem vezes mais barata que uma convencional e que conserva o dobro da energia.

A nova bateria é apresentada esta quarta-feira na revista norte-americana Joule e foi desenvolvida por um grupo de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla original), incentivados pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos a reduzir o custo de armazenamento das energias renováveis.

Dizem os responsáveis pelo projeto que pode acumular o dobro da energia de uma bateria normal de chumbo e ácido.

“É cada vez mais claro que para que as energias renováveis se tornem a principal parte, se não a única, do nosso sistema de geração de eletricidade”, é preciso combinar a oferta com a procura que temos enquanto sociedade, disse um dos investigadores, Yet-Ming Chiang, do Departamento de Ciências e Engenharia dos Materiais do MIT.

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O responsável assinalou que a invenção dá uma nova esperança nesta área mas adiantou que é preciso caminhar rapidamente, porque não há “muito tempo”.

A parte crítica das energias renováveis é a variabilidade, já que as nuvens podem impedir o sol de chegar a painéis solares ou pode não haver vento para mover as turbinas eólicas. Se a energia pudesse ser armazenada seria possível manter nesses tempos de não produção um fluxo de fornecimento ininterrupto.

Até agora, a ligação do armazenamento à geração de energias renováveis é incipiente. Guardar essa energia é possível mas a quantidade armazenada do total de energia solar e eólica produzida é ínfima e o custo é muito elevado.

O ex-secretário da Energia, Steven Chu, tinha estabelecido a meta 5-5-5, de reduzir cinco vezes o custo de armazenamento e aumentar em cinco vezes a capacidade de recolha, tudo isso em cinco anos. O trabalho do grupo do MIT concentrou-se na primeira parte da meta.

Os investigadores interessaram-se pelo potencial do enxofre, um não-metal abundante, e depois de pesquisas chegaram à bateria que agora apresentam, com um custo químico de cerca de um dólar por kWh (quilowatt hora).

Até agora, notam também, o único inconveniente da bateria é que ocupa mais espaço do que as tradicionais baterias existentes no mercado, o que é compensado pelo baixo custo.

A equipa promete continuar a trabalhar para tornar a bateria mais eficiente e aumentar o seu tempo de vida útil, estimado agora em dois meses, quando o normal seria entre cinco a 20 anos.