Tinha apenas uma década de vida quando deu nas vistas (no hoje extinto clube lisboeta Foot 21) e despertou a cobiça de vários olheiros da formação — com os de Benfica e Sporting à cabeça. Rafael Leão escolheria o Sporting.

E passou-se uma década desde que pela primeira vez vestiu de verde-e-branco. Esta noite, na Taça de Portugal e contra o modesto Oleiros, Jorge Jesus deu-lhe a opotunidade que ambicionava desde menino e Leão pisaria o relvado a vinte minutos do final. Tempo suficiente para, assistido por Podence, “molhar a sopa” logo na estreia.

É coisa rara de se ver o que Leão fez nos “leões”. Tão bom quanto ele só um tal de Cristiano Ronaldo, que igualmente na estreia (em 2002) na Taça de Portugal, em Alvalade e contra um também modesto Estarreja, marcou quando se estreou na prova-rainha. Mas Ronaldo até foi melhor: é que tinha somente dezassete anos e Rafael chegaria à maioridade em junho passado.

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Leão não é mais o extremo “lingrinhas” que era quando o Sporting o contratou. Cresceu. Cresceu muito (é altíssimo e ganhou “músculo” no último ano, preparando-se para ascender esta temporada ao Sporting B) e tornou-se num matulão, deixando a banda do relvado (ainda é driblador e técnica é coisa que não lhe falta) e assumindo o centro do ataque como pouso. Faro pelo golo Rafael tem. E esta temporada, ainda com idade de júnior, fez três golos em seis jogos na II Liga.

Aliás, com o golo na Taça, o ponta-de-lança chegou a outro feito que não toca a qualquer um: foi a terceira competição em que abanou as redes da baliza esta época, tendo-o também feito no Nacional de Juniores e, repita-se, na II Liga. Mas dificilmente Leão retornará aos juniores. É que em Alvalade apostam nele (não é de agora que é tido como “pérola” da Academia de Alcochete) como alguém que fará tilintar os cofres com milhões. Como Ronaldo o fez.

Ou Quaresma. Ou Bruma. Só estes três (todos aos 17 anos) se estrearam mais cedo a marcar pelo Sporting após a viragem do século.