O britânico Andy Hayler tem um recorde difícil de igualar: é este o homem que já comeu em todos os restaurantes com três estrelas Michelin no mundo (a pontuação máxima atribuída pelos inspetores do guia). O feito — que se traduziria num natural arrombo na carteira de um comum mortal — foi conseguido pela primeira vez em 2004. Não contente, o foodie repetiu o título em 2008, 2010, 2014 e 2016. De referir que, a cada ano que passa, são mais os restaurantes triplamente estrelados. É dose.

Andy Hayler é crítico gastronómico da revista Elite Traveler, tal como se lê na sua página profissional. É também escritor freelancer e, por isso, autor de vários trabalhos em publicações internacionais dedicadas à arte da gastronomia (National Geographic e BBC, por exemplo). Há mais de 20 anos que Andy come em restaurantes três a seis vezes por semana. O trabalho leva-o a realizar várias viagens, pelo que já teve a oportunidade de conhecer restaurantes um pouco por todo o mundo — Hayler já visitou os EUA mais de 100 vezes, foi cerca de 20 vezes à Índia e também o Japão é destino mais do que repetido no seu currículo.

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No respetivo site — que começou por ser uma newsletter enviada aos amigos –, Andy Hayler publica críticas gastronómicas, tendo sempre em conta o sistema de pontuação por si criado (de 1 a 20). A título de exemplo, o último restaurante português a ser mencionado na página é a Casa de Chá da Boa Nova, no Porto, ao qual o crítico atribui 15 pontos em 20 (avaliação feita em abril de 2017). Uma coisa é certa, tal como Hayler gosta de afirmar, estas são as críticas de quem paga as próprias contas.

Apesar de comer fora repetidas vezes, são poucos os lugares que lhe marcaram e aos quais regressa de tempos a tempos. Exemplo disso é o restaurante londrino Hedone, ao comando do chef sueco Mikael Jonsson, que Hayler já visitou cerca de 60 vezes.

“Comecei por cobrir Londres. Pouco a pouco, comecei a viajar para Nova Iorque, Chicago, Ásia…”, diz, citado pelo El País. “Fixo-me no que acontece no prato: aspeto, qualidade dos ingredientes, técnica culinária e equilíbrio. Não valorizo o ambiente, a decoração nem o serviço porque isso são questões mais subjetivas, ainda que para muitas pessoas isso seja tão importante como a comida.” O crítico gosta de restaurantes com ênfase no produto e diz que, infelizmente, “existem mais cozinheiros que se acham génios do que verdadeiros génios.”

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