De madrugada, na conta de Twitter oficial do primeiro-ministro, apareceu um post com uma imagem de António Costa “reunido de emergência na Proteção Civil a acompanhar a difícil situação do combate aos incêndios em todo o país”. Os comentários dos seus seguidores no Twitter dispararam de forma invulgar para o que costuma acontecer naquela conta. A quase totalidade critica a ação do Governo perante os incêndios e até, muito concretamente, as declarações que o primeiro-ministro fez depois dessa reunião. Muitos pedem a cabeça da ministra da Administração Interna.

Constança Urbano de Sousa anima grande parte dos comentadores, que, pela hora a que foi escrito este texto, já eram 80 (quando a maioria dos posts do primeiro-ministro não suscita sequer uma dezena de comentários), e é até apelidada de “ministra chorona” ou “ministra sensível”, numa referência ao dia em que se emocionou quando foi ouvida no Parlamento sobre o incêndio de Pedrógão Grande.

Outros seguidores do primeiro-ministro no Twitter atiram antes às declarações que António Costa fez depois da reunião a que o primeiro-ministro se refere no post. O primeiro-ministro considerou “infantil” reagir demitindo a ministra e sobretudo disse que “o país tem de estar consciente que a situação que estamos a viver vai seguramente prolongar-se para os próximos anos”. E ainda se mostrou algo impaciente com as perguntas do jornalistas, respondendo: “Se os senhores julgam que há alguma solução mágica para que se produza efeitos na reforma da floresta, estão muito enganados”. E ainda, perante outra pergunta, atirando a uma jornalista: “Minha senhora, não me faça rir a esta hora”.

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https://twitter.com/MonteAzinhaga/status/919738621221064704

Há também comentários que apontam necessidades mais ou menos locais, com os seguidores do primeiro-ministro no Twitter a criticarem muito concretamente a ação do Governo ou da Proteção Civil. “Vergonha” é uma das palavras muito utilizadas nos comentários ao que Costa escreveu, outra é “inacreditável” e outra ainda é “demissão”, seja para pedir a da ministra como para falar de como “o Estado se demitiu” das suas funções perante a calamidade.