O Estado Islâmico perdeu a sua capital. Até esta terça-feira, a sexta cidade síria era também a capital do território dominado pelo grupo terrorista. Mas depois de três meses de bombardeamentos incessantes e batalhas contínuas, as forças aliadas lideradas pelos Estados Unidos conquistaram Raqqa.

As Forças Democráticas Sírias, compostas por milícias sírias e curdas, anunciaram que conseguiram reconquistar as últimas zonas da cidade que ainda estavam dominadas por elementos do EI. Os últimos combates tiveram lugar na famosa praça onde o grupo extremista realizava as execuções – cujos vídeos correram o mundo devido à incrível violência -, assim como no hospital central e no estádio municipal, que serviu como derradeiro reduto dos terroristas. Foi ali que as forças aliadas enterraram a bandeira da vitória.

As forças aliadas colocam a bandeira da vitória

Mas com a reconquista começa também a tarefa de reconstruir. 240 mil pessoas tiveram de fugir de Raqqa e estão em campos de refugiados nos arredores da cidade. Três anos e oito meses depois do Estado Islâmico ter reclamado aquele território como seu, milhares de sírios aguardam o regresso a casa. Regresso esse que não será imediato: a maioria das casas está destruída, em alguns bairros só restam paredes. Raqqa terá de ser completamente recuperada e reconstruída até que alguém volte a fazer vida ali.

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Em entrevista ao El Mundo, um funcionário que esteve envolvido numa reconstrução semelhante, na cidade de Kobane, revelou que “segundo o que ouviu, há um plano para reconstruir Raqqa tão rápido como o que for possível”. Idris Nassan acrescentou que existem “ONG e empresas norte-americanas e de outras nacionalidades a responder à chamada e a preparar planos para depois da libertação”.

Com o Estado Islâmico fora de Raqqa – que em janeiro de 2014 se tornou a primeira cidade síria totalmente controlada pelo grupo extremista – aquele território vai agora ser controlado pelas Forças Democráticas Sírias. De acordo com o El Mundo, um conselho civil vai gerir a cidade numa primeira fase, com a supervisão dos Estados Unidos.

Dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos dizem que a batalha entre as forças aliadas e o Estado Islâmico fez 3250 mortos, 2120 combatentes e 1130 civis, incluindo 270 crianças.