É o primeiro-ministro mais jovem do mundo. Sebastian Kurz, de apenas 31 anos, é o líder do Partido Popular Austríaco, de centro-direita, que ganhou as eleições legislativas austríacas no passado domingo. Apesar de não ter conseguido maioria absoluta — obteve 31,6% dos votos — é provável que assine uma coligação com o Partido da Liberdade, o qual defende a expulsão dos refugiados, bem como grandes restrições à população muçulmana.

Áustria virou à direita e tem o primeiro-ministro mais novo do mundo

Durante a crise de refugiados de 2015, Kurz pediu controles de fronteiras mais restritos na Europa. O líder do Partido Popular introduziu ainda leis para impedir que organizações estrangeiras financiassem mesquitas austríacas, entre outras medidas.

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Uma vez no mundo da política, o jovem conservador foi rapidamente apelidado de “wunderwuzzi” — uma espécie de “miúdo maravilha”, em alemão. Não é de estranhar: a carreira começou nos meandros da juventude partidária e na câmara municipal de Viena, tinha ele 23 anos. Dois anos depois foi nomeado secretário de Estado da Integração e, aos 27, era ministro dos Assuntos Externos da Áustria — o mais novo na União Europeia. Em maio de 2017 tornou-se líder do atual partido.

A vida profissional de Sebastian Kurz parece feita de meta em meta, no entanto, o jovem político não chegou a terminar os estudos em Direito. De tão jovem e carismático, a imprensa internacional não perdeu tempo a compará-lo com Justin Trudeau e com Emmanuel Marcon, governantes do Canadá e de França, respetivamente. O espanhol El País chega mesmo a falar em “fenómeno Macron”.

Como já antes escreveu o Observador, Sebastian Kurz criou, à semelhança do que fez Macron, um movimento à volta da sua própria imagem, rebatizando o partido como Novo Partido Popular Austríaco. Antes da sua chegada, o partido apresentava mínimos históricos e vivia dias negros. Kurz alterou também a cor associada ao partido — passou de preto para turquesa.

A estratégia de campanha do candidato austríaco, ainda em tempo de eleições, apostou em força na sua imagem, pelo que o El País garante que, como resultado, surgiu toda uma tendência em torno da figura de Kurz — isto, é uma “kurzmania”.