Começou com uma hashtag, passou a grupo de Facebook e em menos de dois dias já são perto de 20 mil as pessoas que se associaram ao movimento Pinhal do Povo, um grupo de cidadãos que pretende “fazer reerguer o Pinhal de Leiria, após o incêndio que devastou este património natural que nos era tão querido”.

O movimento é liderado por seis leirienses empenhados na reflorestação do Pinhal do Rei. “O que estamos a fazer é dar o arranque. Depois, até pode ser que haja outras pessoas que o assumam“, diz ao Observador Diogo Carvalho Alves, um dos administradores do grupo. Criado há apenas dois dias, o grupo ainda está “em fase de contactos”. “Estamos a tentar perceber o que já existe, para congregar sinergias por forma a concretizar o objetivo”, detalha.

Em comunicado enviado às redações, a organização do grupo explica que “a mobilização espontânea de vontades surgiu na rede social Facebook, pela partilha da tag #PinhaldoPovo, iniciada na tarde do passado dia 16 de outubro”. O grupo foi criado no mesmo dia, já tem perto de 20 mil elementos e pretende ser um “projeto cívico” e apartidário, “sem agenda política e sem outro tipo de interesses que não seja o objetivo a que nos propomos e o bem público”.

Vídeo. O que resta do Pinhal de Leiria depois do incêndio

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“Enquanto o número de voluntários que se junta ao grupo vai aumentando, a nossa ação tem passado por: contactar outros grupos que surgiram no mesmo âmbito, por forma a congregar e articular sinergias, estabelecer contactos com técnicos, instituições, organizações e autoridades locais, que possam contribuir para prossecução do nosso objetivo; e, sobretudo, auscultar e promover o debate, no seio do grupo, para alcançarmos a melhor forma de concretizar o projeto a que nos propomos”, lê-se ainda no comunicado.

Os responsáveis do grupo dizem estar “conscientes de que o objetivo que abraçamos exige tempo e ponderação em igual medida de ação e determinação”. “Por esse motivo, e para que possamos materializar da melhor forma a vontade que nos une, optamos por prosseguir com a prudência que é exigida, dedicando ao diálogo e à análise construtivos o tempo que for necessário, por forma a não esvaziar o projeto em ações desadequadas à realidade”, explicam.

O Pinhal de Leiria, mandado plantar pelo rei D. Afonso III no século XIII, tem uma área de 11.080 hectares, mas neste fim de semana arderam 8.864 hectares: cerca de 80% da área total. O presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Paulo Vicente, descreveu o cenário como “devastador e dantesco“, destacando que “cerca de 80% da manta verde do Pinhal de Leiria ardeu“.

Vieira de Leiria. “Era como se tivéssemos pólvora no meio do nosso pinhal”