O antigo presidente do Comité Olímpico do Brasil, Carlos Nuzman, foi colocado em liberdade condicional pelo tribunal brasileiro, enquanto aguarda julgamento por suposta participação num esquema de compra de votos.

“A detenção antes de julgamento foi substituída por liberdade condicional”, disse um porta-voz do Supremo Tribunal de Justiça do Brasil à agência noticiosa francesa AFP, não revelando quando é que o antigo dirigente do COB sairá da prisão.

Nuzman, de 75 anos, foi detido a 5 de outubro e acusado por corrupção, lavagem de dinheiro e envolvimento em organização criminosa.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na quarta-feira, seis pessoas, entre elas Carlos Nuzman, por suposta participação num esquema de compra de votos que favoreceu a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

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Os termos da liberdade condicional impedem-no de sair do Rio de Janeiro e de entrar em instalações do COB e do Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016, bem como contactar outras pessoas acusadas no caso.

Segundo a acusação, Nuzman aumentou os bens em 457% na década passada e tentou escondê-los das autoridades, que o acusa de ter pedido um suborno em troca de votos para que o Rio de Janeiro fosse eleito para os Jogos de 2016.

Entre os subornos elencados pela acusação está um pagamento de dois milhões de dólares de Papa Massata Diack, filho do antigo presidente da Federação de Atletismo Internacional Lamine Diack.

Ainda hoje, o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, pediu aos membros da organização “ajuda” para que a Comissão de Ética consiga determinar o alcance do caso de Carlos Nuzman.

“A Comissão de Ética tem estado ativa desde o início do caso e contactou qualquer pessoa que lhe possa fornecer informações. A Comissão agradece toda a ajuda que lhe possa ser dada”, disse Bach.