Pyongyang é uma das capitais mais misteriosas do mundo. As poucas imagens que temos da capital da Coreia do Norte – ou do país, em geral – não são muito variadas e, as que mais mostram, são tudo menos “oficiais”. Imaginar Pyongyang é visualizar a praça de Kim Il-sung ou gigantes desfiles militares como o da celebração do “Dia do Sol”. Contudo, agora já pode ver a capital do regime de Kim Jong-il de outra perspetiva. Literalmente.

Graças ao fotógrafo singapurense Aram Pam, pela primeira vez é possível sobrevoar Pyongyang através de um vídeo aéreo e observar a cidade em 360º. Veja o vídeo.

O fotógrafo, que já esteve na Coreia do Norte 16 vezes, filmou a cidade de um pequeno avião, a partir do qual mostra a grande maioria da cidade – incluindo a praça anteriormente referida, edifícios de apartamentos da rua de Mirae Scientists’ (que ilustram este artigo) e a famosa Torre Juche.

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Em entrevista à NK News, um site americano de notícias sobre a Coreia do Norte que também publicou o vídeo, Pam revela que lhe “apagaram algumas fotos” mas que ficou com 90% do que captou. “Os Norte-coreanos estavam muito orgulhosos da sua cidade e falavam comigo sobre o que vi e o que gostei”, disse, acrescentando que “até o homem que estava a apagar as fotos estava imerso na conversa”.

Questionado sobre se sente que lhe é apresentada uma visão idealizada da Coreia do Norte, Pam – que alguns críticos dizem ajudar o regime na propaganda – disse achar que não, pois vai a mercados regularmente e vê “consumismo em crescimento” e publicidade a ser “mais largamente implementada”, que, de acordo com o fotógrafo, é um sinal de que o país tem estado a evoluir “de maneiras que todos têm ignorado”. Pam afirma ainda poder “captar à vontade” dentro do país, excetuando tudo aquilo que ao exército e a militares diz respeito.

Graças às viagens que já fez, Aram Pam já foi capaz de recolher muito material 360º de diferentes zonas do país, o qual disponibiliza no seu website, que, conforme avisa no mesmo, “oferece uma diferente perspetiva e mostra o outro lado da moeda” – oferecendo ainda um “botão para fugir” para quem fica “facilmente ofendido” e não deseja conhecer o projeto.