O realizador norte-americano Quentin Tarantino afirmou esta quinta-feira que tinha conhecimento de alguns casos de conduta imprópria do produtor Harvey Weinstein e disse que está arrependido de não ter feito mais.

Eu sabia o suficiente para reagir mais do que fiz. Foi mais do que os boatos normais ou rumores. Eu sabia que ele tinha feito muitas dessas coisas”, disse Tarantino, numa entrevista ao New York Times.

Tarantino referiu que “sabia há décadas” das práticas de Harvey Weinstein e salientou que tem remorsos por não ter assumido as responsabilidades na altura.

O realizador explicou que sabia da conduta de Weinstein em primeira mão através da atriz Mira Sorvino, que chegou a namorar com Tarantino e de uma outra atriz que recusou revelar o nome.

Tarantino acrescentou que também sabia do acordo alcançado com a atriz Rose McGowan. O realizador fez parceria com a Weinstein em muitos filmes, como “Pulp Fiction”, e diz que era “impossível” que alguém que estivesse perto de Weinstein “não tivesse ouvido falar de pelo menos um incidente”.

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Harvey Weinstein, um dos mais influentes produtores de Hollywood, foi despedido da The Weinstein Company, empresa que cofundou, poucos dias depois da publicação pelo New York Times de um artigo segundo o qual alcançou, durante décadas, uma série de acordos extrajudiciais para pôr termo a denúncias de assédio sexual, as quais remontam à década de 1990.

Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Ashley Judd, Léa Seydoux e Asia Argento figuram entre as mulheres que denunciaram uma série de episódios diferentes que vão desde presumíveis comportamentos sexuais abusivos a supostas violações por parte do produtor galardoado com um Óscar pela produção de “A Paixão de Shakespeare” (1998).

As 23 mulheres (pelo menos) que foram assediadas por Harvey Weinstein

Weinstein, de 65 anos, é atualmente alvo de uma investigação policial em Nova Iorque e no Reino Unido.

Harvey Weinstein, de colosso de Hollywood a violador