O Presidente da República confessou-se “muito emocionado” pela capacidade de luta das populações afetadas pelos incêndios. Mas, ao mesmo tempo, diz que sente como se tivesse levado “uma sova monumental” face à tragédia.

Em declarações aos jornalistas em São Pedro de Alva, Penacova, esta segunda-feira, após ter visitado, nos últimos dias, 14 concelhos do interior centro do país, todos municípios que registaram vítimas mortais, Marcelo Rebelo de Sousa classificou a sua deslocação como um “suplemento de alma” às populações atingidas pelos incêndios, adiantando que terminou a visita emocionado e impressionado.

Muito emocionado pela capacidade de luta das pessoas, por aquilo que elas me contaram, como lutaram e estão a lutar. Ao mesmo tempo como quem leva uma sova monumental, como se fosse atropelado por não sei quantos camiões TIR, porque cada drama, cada problema, cada testemunho, impressiona muito”, disse o Presidente da República.

Nos dois últimos dias, o chefe de Estado percorreu cerca de 750 quilómetros em quatro concelhos do distrito de Coimbra (Pampilhosa da Serra, Arganil, Tábua e Penacova) e no da Sertã (Castelo Branco), uma mancha imensa, contínua, de destruição de floresta, quintais e terrenos agrícolas, mas também de centenas de habitações.

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A cada paragem na estrada, a cada povoação afetada pelas chamas, em cada corporação de bombeiros que fez questão de visitar, sempre acompanhado por Presidentes de Câmara e autarcas locais – mas não por “assessores, consultores e teóricos” que ficaram em Lisboa, brincou – Marcelo foi exprimindo palavras de ânimo, conforto e agradecimento. Foi assim, também, em vários centros de recolha de bens que nasceram rapidamente, em diversos locais, após os incêndios de 15 e 16 de outubro.

Revista “Time” destaca fotografia de Marcelo

Marcelo visitou vários, como um na Pampilhosa da Serra, onde viu loiça “pela primeira vez”, outro em Midões, concelho de Tábua, em que destacou a quantidade de material escolar, livros e brinquedos que ali encontrou, tudo por força de dádivas aos mais necessitados, ou em Penacova, três pavilhões “cheios de tudo o que se pudesse imaginar”.

No sábado, o Presidente da República garantiu que a avaliação que fará deste seu primeiro mandato presidencial, estará intimamente relacionada com a intervenção que conseguirá manter junto do Governo e de outras instituições sobre o problema específico dos incêndios e as condições de vida das populações do interior do país.