O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, criticou esta terça-feira a resposta europeia a situações de emergência e solidariedade, como o caso dos incêndios em Portugal na semana passada. “Não é normal que, quando um incêndio se declara num domingo de manhã em Portugal, tenhamos de esperar até quarta-feira à noite para ver chegar o primeiro avião de ajuda europeu”, atirou o responsável.

Num discurso em Estrasburgo, no Parlamento Europeu, Juncker manifestou solidariedade para com “a tragédia que Portugal e Espanha acabaram de atravessar. Estes terríveis incêndios chocaram-nos e interpelaram-nos, tal como as chuvas torrenciais que atingiram há alguns meses os três países bálticos”.

Mais do que o lamento, porém, Juncker lembrou que uma “virtude essencial da nossa União é que quando um de nós se vê confrontado com dificuldades é evidente, necessário e elementar que a União Europeia venha em ajuda daqueles que sofrem”. E isso não aconteceu, afirma Juncker. “Não é normal que, quando um incêndio se declara num domingo de manhã em Portugal, tenhamos de esperar até quarta-feira à noite para ver chegar o primeiro avião de ajuda europeu. Temos de acelerar o processo”.

Essa é a razão pela qual encarreguei o comissário (da Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos) Stylianides de refletir no prazo de um mês, e em todo o caso até ao fim do ano, na remodelação e numa nova articulação dos nossos mecanismos de proteção civil que não estão a funcionar a cem por cento”, disse.

Na cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE celebrada na semana passada, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que os incêndios florestais motivaram “uma atenção muito grande” no Conselho Europeu e revelou que Juncker deu instruções para que a Comissão voltasse a estudar uma proposta antiga de criação de uma força europeia de Proteção Civil.

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