O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, garantiu esta quarta-feira que o Governo não esperará “por qualquer novo verão” para trabalhar numa “cultura de segurança e de proteção civil” que responsabilize toda a sociedade portuguesa.

“Não vamos esquecer o passado, aprendemos com o passado, sobretudo com este dramático passado recente, mas queremos que isso ilumine um trabalho para um futuro que não deixaremos para diante”, afirmou aos jornalistas, em Viseu, onde esteve reunido com o presidente da autarquia, Almeida Henriques, e visitou o aeródromo municipal.

O governante disse que, “tendo consciência da dimensão dos acontecimentos ocorridos quer em junho, quer em outubro”, há que agir “ressarcindo e recuperando áreas afetadas, agindo coordenadamente, colocando todos os meios e, em estreita articulação entre as forças de segurança, a estrutura de Proteção Civil e as autarquias locais, trabalhar ativamente para o futuro”.

Assumimos, com as conclusões do relatório da comissão técnica independente (que analisou os incêndios de junho), que, com consciência do ponto de partida, temos de conjugadamente preparar um novo tempo”, frisou.

Eduardo Cabrita referiu que o Governo assume “plenamente as consequências que é necessário reparar”, estando já a fazê-lo, e que, relativamente às vítimas mortais, são importantes “as decisões de adequada e célere indemnização” aos seus familiares.

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“Relativamente à recuperação da capacidade económica, é necessário fazê-lo com urgência, mas sobretudo é fundamental trabalhar dia a dia, e estamos a fazê-lo intensamente”, sublinhou, acrescentando que esse trabalho está a ser feito para que, no próximo verão, possa haver a certeza de que “a prevenção passou a ser uma prioridade de todos”.

Aludindo aos incêndios que deflagraram no dia 15, o governante disse que “serão certamente apuradas todas as circunstâncias, todas as responsabilidades”.

O ministro explicou que, atendendo às condições estruturais do aeródromo de Viseu e à centralidade deste concelho, foram aí colocados cinco meios aéreos, que ficarão “enquanto forem necessários”, sendo avaliada a cada momento “qual a estrutura de resposta adequada”.

“A prevenção e o combate são dois braços do mesmo corpo, que têm de ter uma cabeça e um coração comuns”, afirmou, frisando a importância do “reforço da profissionalização de todo o sistema” e de “aliar conhecimento científico e especialização ao funcionamento do sistema”.