A Polícia Nacional de Angola concluiu, preliminarmente, que a morte do secretário municipal da UNITA em Cambundi-Catembo, na província de Malanje, “foi patológica” e “não violenta”, apelando à “calma da família e do partido” enquanto “prosseguem das investigações”.

A informação consta de uma nota de imprensa do comando provincial de Malanje da Polícia Nacional, enviada esta quarta-feira à Lusa, com os resultados preliminares das investigações à morte do secretário da UNITA, a União Nacional para a Independência Total de Angola, após acusações do maior partido da oposição em Angola de que se tratou de um homicídio levado a cabo por elementos do MPLA, o Movimento Popular de Libertação de Angola.

Segundo a mesma fonte, a autópsia a Eduardo Monteiro Catchindimbi, de 43 anos, indica que “não tenha sido uma morte violenta, mas sim patológica”, refere a nota, citando a médica legista e forense do Serviço de Investigação Criminal, Cecília Gomes.

Segundo o comunicado, a autópsia foi realizada no dia 20 de outubro, cinco dias após a morte, na presença dos familiares, durante a qual não foram encontradas “lesões de interesse médico-legal relevante”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Com exceção de duas esfoliações irregulares existentes na região anterior do joelho direito”, referiu.

Por esse motivo, a autópsia “chegou à conclusão de tratar-se de uma morte patológica”, possivelmente doença.

A UNITA anunciou na semana passada o homicídio do secretário municipal de Cambundi-Catembo, na província de Malanje, professor naquele município, atribuindo a responsabilidade a elementos afetos ao MPLA, partido no poder, após desentendimentos num velório.

De acordo com o anúncio feito então pelo porta-voz do partido, Alcides Sakala, aquele dirigente foi encontrado sem vida, com sinais de agressão, num ato classificado como de intolerância política que se segue a outros ocorridos nas províncias de Benguela, Lunda Sul e Huambo.

A vítima, informou anteriormente a UNITA, encontrava-se num velório, onde terá iniciado uma discussão com elementos da JMPLA, organização juvenil do MPLA, que rejeitavam a sua presença no local, alegadamente por ser membro do partido da oposição.

Reagindo a estes resultados preliminares à investigação da morte do secretário da UNITA, o secretário provincial do partido, Mardanes Agostinho Kalunga, considerou ser cedo para tirar conclusões das investigações, discordando dos argumentos até agora apresentados pela polícia e insistindo na tese de homicídio do dirigente local do partido.