O candidato à liderança do PSD Pedro Santana Lopes tornou esta quarta-feira a defender a sua proposta de realizar uma série de debates com Rui Rio “junto das bases”, considerando que a recusa da ideia “foi um erro por parte dele [de Rui Rio]”.

“Chamar espetáculo ambulante” à proposta “é um erro”, disse ainda Santana Lopes em entrevista à TVI, destacando que não se pode “negar o direito às bases” de debater com os candidatos. Santana Lopes sublinhou que estes debates com as bases do partido serviriam para “clarificar” os militantes.

Numa distrital podemos estar toda a noite a debater“, afirmou, lembrando que os debates nos meios de comunicação têm “tempo limitado”. “Quero que os militantes saibam o que está em causa”, atirou. “Não faço a mínima crítica ao meu oponente, mas espero que ele reflita”, disse.

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Numa entrevista em que citou duas vezes Marcelo Rebelo de Sousa (para dizer que tem o “dever de retribuir” aquilo que recebeu na vida política), Santana Lopes elogiou a “capacidade de ir ter com as pessoas” do “campeão dos afetos” e prometeu seguir o exemplo do Presidente da República caso seja eleito líder do PSD.

Não podemos ter um líder crispado, que tenha dificuldade em ir ter com as pessoas”, afirmou Santana.

O candidato tornou também a sublinhar que só avançou quando soube que Passos Coelho não se recandidataria. “Se ele continuasse líder, eu não seria candidato à liderança”, destacou.

“Serei um líder de oposição capaz de elogiar decisões do Governo”

Santana Lopes admitiu “que o Governo possa não chegar ao fim da legislatura”, antevendo a possibilidade de eleições antecipadas, mas garantiu que nestes dois anos — “no máximo” — em que, caso vença a eleição, será líder do PSD, irá rejeitar “a guerrilha e o insulto pelo insulto”.

“Serei um líder da oposição capaz de elogiar decisões do Governo”, afirmou. “Cada vez que houver uma boa notícia sobre a inflação, por exemplo, eu direi bem“, continuou Santana Lopes.

Ao mesmo tempo que admitia alguns bons resultados do Governo, Santana deixava críticas ao atual executivo. “Quero provar que somos melhores que o Governo que está em funções”, disse, acusando o atual executivo de ter “de andar a construir a maioria todos os dias”.

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Para Santana, o PSD precisa de “um líder que entenda que o Presidente da República não pode ser oposição aos governos”. “A oposição não pode andar à espera que o Presidente da República faça guerra ao Governo e ir atrás“, destacou Santana Lopes, que diz que, na oposição, saberá “escolher bem os temas”.

O candidato à liderança social-democrata exemplificou com o atual Orçamento do Estado. “Divergir e apresentar alternativas para o Orçamento? Ai isso que [o Governo] se prepare”, garantiu, considerando que “estamos numa altura em que temos de sustentar o crescimento” do país.

Sobre Rio, Santana prefere o que os une ao que os separa

“Eu ouvi a entrevista que ele deu aqui e quando lhe perguntaram sobre mim ele disse «tanta coisa que nos separa»”, recordou Santana, sobre a entrevista de Rui Rio na TVI. “Eu prefiro dizer o contrário. Tanta coisa que nos une”, sublinhou. “16 de dezembro de 2001”, atirou Santana, para lembrar o dia em que os dois ganharam câmaras “no mesmo dia”.

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Ele ganhou a câmara do Porto, eu a de Lisboa“, recordou.

Questionado sobre se são “amigos políticos”, Santana negou. “Mas pertencemos a um mesmo partido, isto não é a guerra do Vietname”, atirou.