O ministro da Defesa Nacional congratulou-se esta quinta-feira com a recuperação do material dos Paióis Nacionais de Tancos e disse que é “a primeira vez” em democracia que se recupera material “de um furto desta natureza”.

O Governo regista e acho que todos registamos como extremamente positivo o facto de o conjunto de material de guerra que não tinha sido recuperado ser recuperado e o facto de ser a primeira vez, que eu me recorde, em democracia, num furto desta natureza, de o material roubado ou furtado ter sido recuperado”, declarou o ministro.

Desde que foi recuperado o material desaparecido de Tancos, no dia 18 de outubro, José Azeredo Lopes ainda não tinha falado aos jornalistas sobre o assunto. Esta quinta-feira, oito dias depois, foi questionado sobre esta matéria na ilha Terceira, nos Açores, após assistir com o Presidente da República a manobras do exercício militar “Lusitano 2017”.

“Isso, sim, é algo com que o Governo se congratula e com que cada um de nós se congratula”, acrescentou.

Questionado sobre a investigação deste caso, Azeredo Lopes repetiu que “o Governo não interfere na investigação criminal e, portanto, o Governo não tem de dizer em que ponto é que está ou deixa de estar”.

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Interrogado sobre o atual estado da relação entre a Polícia Judiciária Militar (PJM) e a Polícia Judiciária (PJ), o ministro respondeu: “Quanto a alegados conflitos entre polícias, eu não me pronuncio sobre investigação criminal, se eu paguei voluntariamente o preço de recusar interferir nessa área, é evidente que não me vou pronunciar”.

Em comunicado, divulgado no dia 18 de outubro, a PJM anunciou que, durante a madrugada, tinha recuperado, na região da Chamusca, a 21 quilómetros da base militar de Tancos, o material de guerra furtado, em colaboração com o núcleo de investigação criminal da Guarda Nacional Republicana de Loulé.

Em junho, o Exército revelou a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’, tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.

Entre o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos estavam “granadas foguete anticarro”, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, segundo a informação divulgada pelo Exército.