O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, afirmou que o Governo tem que esclarecer o que quer dos bombeiros portugueses, referindo que “não vão fazer o querem” do efetivo. Jaime Marta Soares reuniu com o novo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e deixou o desafio.

“O Ministro disse que confiava nos bombeiros portugueses e eu disse que vai ocorrer um congresso com centenas de bombeiros e tem oportunidade de dizer o que o estado quer dos bombeiros portugueses. É isso que queremos que nos diga”, declarou à agência Lusa.

Marta Soares afirmou que em causa não estão os protagonistas, mas sim as políticas, e disse esperar que os responsáveis do Governo esclareçam os bombeiros sobre o que pretendem deles no congresso que começa na sexta-feira.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses referiu que na reunião estiveram em discussão “preocupações que existem há muito tempo”, mas também assuntos mais recentes, como as decisões do Conselho de Ministros ou a novo grupo de missão.

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“Existem protagonistas que se andam a por em bicos de pés para ocuparem lugares de destaque para coisas que, na minha opinião, não têm competência nem estão vocacionados, e refiro-me ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC)”, sublinhou.

Marta Soares disse que a ANPC “não soube em nenhum momento gerir o grande capital que tem”, referindo-se aos bombeiros. “Deviam coordenar e não comandar. Têm é que aprender com os bombeiros e não ensinar”, salientou.

Sobre o ICNF, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses considerou que são os “principais responsáveis pela desgraça no país”. “ICNF vai querer fazer prevenção, incluindo o combate, quando eles são os principais responsáveis pela desgraça no país. Não souberam preparar as reformas da floresta, que necessitava de ser reestruturada, não reorganizaram o território florestal e nem os três por cento das florestas do Estado souberam preservar”, salientou.

Jaime Marta Soares lamentou que avancem com reformas “sem os bombeiros”, considerando que “é o mesmo que fazer uma reforma na saúde sem os médicos”, e criticou a falta de verbas para as associações.

“Nada será como antes e não pensem que vão fazer o que querem dos bombeiros portugueses. Não é uma ameaça, que os bombeiros não são de ameaças, mas nos tratem mal”, disse, considerando que os bombeiros portugueses estão ao nível dos melhores, porque “voluntários não é sinónimo de amadorismo”.