Um relatório divulgado pela BBC mostra que 300 mil britânicos com problemas crónicos de saúde mental perdem o emprego todos os anos. Em declarações ao mesmo meio, a primeira-ministra britânica Theresa May afirmou: “Temos de tomar medidas”. Estima-se que a má saúde mental custe à economia do Reino Unido mais de 100 mil milhões de euros por ano.
O relatório deixa outros resultados. Uma em cada seis pessoas é afetada por problemas de saúde mental e em muitos locais de trabalho o assunto ainda é encarado como tabu. Paul Farmer, um dos autores do estudo, afirma que “em muitos casos os empregadores não percebem o papel crucial que têm” para reduzir os efeitos.
Ao todo são 40 as recomendações deixadas pelo relatório. Os conselhos são deixados a empregadores e ao governo. Entre os conselhos deixados às entidades empregadoras estão dicas sobre como criar um programa de saúde mental no trabalho e encorajar conversas abertas sem receio de repercussões para o trabalhador.
A BBC relata o caso de Hayley Smith, uma jovem que, aos 23 anos, trabalhou para uma empresa de produtos alimentares e que precisava, todas as quintas-feiras à tarde, de ir a uma consulta de saúde mental. Tendo numa reunião explicado à supervisora a situação não teve objeções. O problema foi após a conversa: recebeu um e-mail a dizer que já não tinha responsabilidades no processo de clientes que tinha a cargo e que podia procurar emprego numa associação de saúde, mental porque “se poderia identificar”. A supervisora contou ainda a situação a outros funcionários do escritório. “Foi horrível, senti-me mesmo exposta”, diz Smith.
Situações de quebra de dever de sigilo quanto a supervisores não são uma situação nova, e levam os trabalhadores que se mantêm a trabalhar a situações de extrema ansiedade e depressão, explica ainda Smith.
A primeira-ministra britânica já pediu aos serviços de administração pública para aplicarem as recomendações do relatório, alegando que “só tornando este assunto um assunto do quotidiano mudamos a forma como as pessoas olham para a saúde mental”.
