Os danos causados pelo incêndio do passado dia 15 no concelho de Tondela devem rondar os 30 milhões de euros, faltando contabilizar os prejuízos florestais e dos pequenos agricultores, indicou esta sexta-feira o presidente da Câmara.

Tudo somado, habitações, infraestruturas municipais, indústria, comércio e serviços, os prejuízos andarão num número de 28 a 30 milhões de euros. Neste número não estão contabilizados os danos florestais, que não estão quantificados, nem os danos dos pequenos agricultores, com alfaias, anexos ou explorações agrícolas”, sustentou José António Jesus.

Num encontro com a comunicação social, o autarca de Tondela sublinhou que os números dos danos têm sido crescentes, estando agora contabilizadas 220 casas atingidas pelas chamas, sendo cerca de metade de primeira habitação. “A sua reconstrução deverá custar entre 4,3 a 4,8 milhões de euros”, informou.

No que diz respeito à indústria, comércio e serviços, “os danos deverão rondar os 12 milhões de euros”, enquanto os prejuízos em infraestruturas municipais estão “estimados em 1,2 milhões de euros”.

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Temos muitas estradas percorridas pelos incêndios, com as pinturas de sinalização horizontal danificadas e praticamente toda a sinalização vertical ficou destruída. Temos também outra emergência que é a colocação de ‘rails’ em muitas dessas estradas”, acrescentou.

A Estação de Arte Rupestre de Molelinhos também não escapou às chamas, contando com “prejuízos de 93 mil euros”. Outra das preocupações reiteradas pelo autarca de Tondela prende-se com os danos causados no aterro sanitário do Planalto Beirão, localizado no seu concelho e que trata anualmente 120 mil toneladas de resíduos de 19 municípios de três distritos.

“Se, num primeiro momento, estimávamos três milhões de euros para a reabilitação desta infraestrutura, os números agora contabilizados apontam para números muito próximos dos 4,5 milhões de euros. Só a ETAR desta estrutura, de valor superior a dois milhões de euros, está operacional, lamentou.

O incêndio que assolou o concelho de Tondela provocou duas vítimas mortais em consequência direta e “uma outra de ataque cardíaco, por pânico e ansiedade”. A área ardida no concelho “aproxima-se dos 180 quilómetros quadrados”, ou seja, 18 mil hectares.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves. Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.