Paulo Macedo justificou esta sexta-feira o reforço da capacidade dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde com uma parte das verbas recolhidas pela conta solidária da Caixa Geral de Depósitos para o apoio a vítimas dos incêndios.

O presidente da Caixa Geral de Depósitos foi questionado sobre o facto de a gestora desses donativos, a Fundação Gulbenkian, ter dirigido uma parte dos donativos para comprar equipamentos para tratar as vítimas dos incêndios de Pedrógão.

“Se acho que a Gulbenkian fez bem a afetar parte do dinheiro [em máquinas em unidades de queimados], como cidadão, acho bem. [E os portugueses também acharão bem] ver que uma pequena parte do dinheiro foi afeta à unidade de queimados”, disse Macedo esta sexta-feira, durante a conferência da apresentação dos resultados.

Em causa está um investimento de 400 mil euros. O dinheiro saiu de um bolo de 3,6 milhões de euros que é composto pelos donativos recolhidos pela Caixa para as vítimas de Pedrógão Grande, no valor de 2,6 milhões de euros, e plos donativos das empresas de celulose e da Fundação Gulbenkian que gere todos os fundos.

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Onde estão a ser gastos os donativos recolhidos pela Caixa?

O gestor respondia a uma polémica lançada por Paulo de Morais, o promotor da Associação Transparência e Integridade, que acusou a Caixa de estar a desviar o dinheiro dado por particulares para ajudar as vítimas para financiar o Serviço Nacional de Saúde. O presidente da CGD, que foi ministro da Saúde, sublinhou:

“Em qualquer país civilizado, as pessoas individuais, pessoas coletivas, fazem donativos para apoiar diversos tipos de instituições, entre as quais as de saúde. Dizer que pode ter relacionamento com a substituição do Estado é porque não têm noção dos números que: estamos a falar”, disse citado pelo Jornal de Negócios.

Paulo Macedo retomou as explicações já dadas pela própria Caixa, adiantando que a Gulbenkian “foi mandatada para gerir um conjunto de fundos que recolheu através da conta aberta que pôs à disposição dos portugueses para poderem contribuir”. E como o banco público não tinha essa atividade como central abdicou de fazer a gestão. Para Macedo não há qualquer dúvida: “A afetação das verbas não tem qualquer mistério porque é tornada pública pela Gulbenkian”.