O mais recente romance de José Rodrigues dos Santos chegou às bancas com uma polémica na badana. No texto que traz as notas biográficas do autor lê-se: “É considerado pelos portugueses o melhor escritor nacional”. Logo começaram as críticas. O melhor? De agora? De todos os tempos? E é considerado por quem? Todos os portugueses? Uma amostra significativa? E como? Foi feita uma votação?

Para desfazer as dúvidas, tanto de quem o ama, como de quem o odeia, procurámos respostas junto da editora do jornalista da RTP. E chegou a resposta por email: “A informação constante na badana do romance “Sinal de Vida” de José Rodrigues dos Santos baseia-se nos estudos de opinião elaborados sobre o assunto”, refere a Gradiva.

São, detalha a editora, estudos feitos pelas Seleções do Reader’s Digest e pela U-Scoot Lda., que entregam todos os anos o Prémio Confiança e o Prémio 5 Estrelas e que escolheram José Rodrigues dos Santos como a principal figura da literatura nacional desde 2012 até 2017. “Em 2012, os Prémios de Confiança das Seleções do Readers Digest começaram a questionar painéis de pessoas sobre qual o Escritor de Confiança de Portugal. Em todas as edições, sem excepção, realizadas entre 2012 e 2017, a escolha dos portugueses recaiu sobre o autor da Gradiva.” Segundo informações prestadas no site da editora, aquando da atribuição do galardão em 2012, votaram neste prémio os 12 mil assinantes da revista. O mesmo aconteceu nos Prémios 5 Estrelas, que contam apenas com duas edições, diz a Gradiva. Neste caso, consultando o site que promove o prémio, não é dada a informação sobre a amostra do estudo.

Na verdade, toda a informação relativa à “preferência dos portugueses”, encontra-se na página quatro do livro, onde está escrito: “O autor é o escritor preferido dos portugueses segundo os estudos das Seleções do Reader’s Digest e do Prémio 5 Estrelas”.

E assim sendo, a editora Gradiva considera que pode tirar a ilação de que o autor se encontra “no topo” das preferências dos leitores portugueses: “Como é evidente não haverá unanimidade tal como não haverá unanimidade em qualquer outro estudo deste tipo que recaia sobre qualquer outro assunto ou personalidade mas parece-nos que oito estudos consecutivos em que o autor é escolhido por um vasto número de portugueses nos pode levar a concluir que se encontra no topo das preferências dos leitores portugueses”.

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