“A vida é tão cruel… Descanse em paz ‘mein freund Stefan'”, escreveu Miguel Oliveira no Facebook esta sexta-feira. O português tinha conseguido o melhor tempo no primeiro dia de treinos livres do GP da Malásia quando soube da morte de Stefan Kiefer, primeiro diretor de equipa que teve no Moto2, no ano passado. “Não queria deixar de aproveitar este momento para expressar também as minhas mais sentidas condolências à família e amigos de Stefan Kiefer, que nos deixou inesperadamente. A sua falta será sentida”, disse após a qualificação.

Oliveira, que se tinha estreado a ganhar uma prova no fim-de-semana passado, na Austrália, ficou visivelmente abalado com o sucedido. Stefan, que tinha sido piloto antes de fundar a Kiefer Racing com o irmão, Jochen, em 2003, era descrito pela equipa como alguém “extremamente popular em todo o paddock pela personalidade quente e amigável”. Em 2011, teve o grande momento como chefe e diretor, com o triunfo de Stefan Bradl no Mundial de Moto 2. Hoje, madrugada em Portugal, o piloto de Almada, de 22 anos, conseguiu prestar-lhe uma sentida homenagem com mais um fantástico triunfo na classe onde se estreou no ano passado.

Numa corrida que consagrou o italiano Franco Morbidelli como campeão do Mundial de Moto 2 (apesar de ter assegurado o título pela ausência por lesão de Thomas Lüthi, que não começou a prova), Miguel Oliveira, que saiu da segunda posição da grelha de partida, passou para a frente logo na primeira volta e não mais voltou a ceder esse lugar, mesmo com condições mais adversas no final, com alguma chuva a cair na pista. Brad Binder, companheiro da KTM foi o segundo classificado, ao passo que Morbidelli fechou o pódio.

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“Dei tudo, nem sei se sou capaz de falar muito… A estratégia não era a de fugir na frente, pois tínhamos pensado ir atrás do Franco, mas assim que vi que tinha ganho alguma vantagem, percebi que tinha de ir com tudo. Não me guardei. Foi uma grande vitória para nós e estou muito orgulhoso”, disse o português no final da corrida.

Com mais esta vitória, Miguel Oliveira passou a somar 216 pontos e garantiu já o terceiro lugar no Mundial de Moto 2 quando falta apenas uma prova (Valência), por ter 26 pontos de vantagem sobre o espanhol Álex Márquez (Kalex), irmão do tricampeão mundial de Moto GP, Marc Márquez. Nos dois lugares cimeiros, Franco Morbidelli assegurou o título com 288 pontos, mais 45 do que o suíço Thomas Lüthi, companheiro da Kalex.

Ao longo da temporada, e além destas duas vitórias na Austrália e na Malásia, Miguel Oliveira conseguiu outros bons resultados nas 17 provas como os segundos lugares na Argentina e na Alemanha ou as terceiras posições no GP de Espanha, na Catalunha, na Rep. Checa e em Aragão. E promete não ficar por aqui, como se verá em Valência, a 12 de novembro.

Recorde-se que, no ano passado, quando fez a estreia em Moto 2 com a Leopard Racing, o piloto de Almada não passou do 21.º lugar da classificação geral, tendo como melhor resultado em toda a temporada a oitava posição na Catalunha. Em 2015, pela Red Bull KTM Ajo, Miguel Oliveira terminou o Mundial de Moto 3 no segundo posto, com apenas menos seis pontos do que o britânico Danny Kent.