No seguimento das queixas apresentadas pelo Benfica ao FC Porto, o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa abriu um inquérito “que tem como objeto de investigação factos, em abstrato, suscetíveis de integrarem os crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência e ofensa a pessoa coletiva”, confirmou este fim-de-semana a Procuradoria-Geral da República ao Jornal de Notícias.

Recorde-se que, logo em abril, quando Francisco J. Marques, diretor de informação e comunicação do FC Porto, começou a apresentar, no programa Universo Porto de Bancada, do Porto Canal, alguns emails alegadamente trocados entre elementos ligados ao Benfica, os encarnados já tinham anunciado a intenção de avançar com queixas-crime contra Porto Canal, Francisco J. Marques e FC Porto por pirataria informática, pretendendo fazer chegar as mesmas ao Ministério Público, à Polícia Judiciária, à ERC e à CMVM.

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Com o passar dos meses (e das acusações de Francisco J. Marques, através da divulgação de mais emails), os dirigentes encarnados foram contactando diferentes escritórios de advogados para tratarem das distintas queixas que se foram avolumando. De acordo com o JN, que cita uma fonte oficial do Benfica, a estratégia passa por recorrer e entidades diferentes pelo nível de especialização de cada uma dessas sociedades.

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Acrescente-se que, em paralelo, decorre um outro processo que nada tem a ver com o supracitado e que tem advém do célebre “caso dos emails“: a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) confirmou, a 19 de outubro deste ano, que fez buscas no Estádio da Luz e nas casas de Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves e Pedro Guerra “no âmbito de uma investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e ativa, por parte da nona secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa”. Estiveram então envolvidos “quatro magistrados do Ministério Público, dois juízes de instrução e 28 elementos da PJ, incluindo inspetores e peritos financeiros e contabilísticos e informáticos”, acrescentou o comunicado divulgado pela PGDL.

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