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As imagens foram recolhidas este fim de semana a bordo de um C-295M da Força Aérea Portuguesa e mostram várias queimadas feitas em pleno período de incêndios. Em diferentes voos, que se prolongaram por cerca de 11h30 e que cobriram alguns pontos do território nacional, os pilotos detetaram 13 focos de incêndios, alguns dos quais provocados por queimadas, prática proibida quando é decretado alto risco de fogos.

O C-295M, da Esquadra 502 – “Elefantes”, participou em missões diurnas e noturnas. Pedrógão Grande foi uma das zonas sobrevoadas pela aeronave da Força Aérea — e é um dos pontos em que é possível identificar vários focos de incêndio (veem-se quatro, na imagem) que os militares do centro de Comando e Controlo do Comando Aéreo reportaram de imediato ao Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS) de Proteção Civil. Era o comando da Autoridade que “disseminava essas informações pelos seus órgãos ou centros de coordenação locais, de forma a poder efetuar o combate com eficácia”, refere o comunicado da Força Aérea.

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Essa informação, passada em poucos segundos ao comando estratégico de combate a incêndios, permitiu aos bombeiros dar uma resposta imediata às primeiras chamas e evitar, assim, que os incêndios tomassem maiores proporções numa região que já em julho foi fortemente afetada pelo drama dos incêndios.

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Estas missões permitiram detetar também situações em que foi possível observar a realização de queimadas. O alargamento do período crítico de incêndios, decidido pelo Governo no final da semana passada — face às elevadas temperaturas que se previam para o fim de semana e que se confirmaram — não dissuadiram os agricultores e proprietários de arriscar queimadas a vegetação seca dos seus terrenos.

É o caso do vídeo difundido pela Força Aérea. As imagens foram colhidas durante a noite no distrito de Bragança e revelam aquilo que um proprietário decidiu fazer a coberto da escuridão.

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As queimadas não escaparam à tecnologia a bordo do C-295M. Os sensores térmicos instalados no aparelho detetam pontos de calor e é essa a informação passada, depois, ao comando da Proteção Civil. As informações recolhidas também são “fundamentais para orientar os meios no terreno durante o combate aos incêndios no território nacional”, destaca a Força Aérea.

O período crítico dos incêndios foi alargado até dia 15 de novembro, depois de já ter sido alargado até 15 de outubro, primeiro, e até ao final de outubro, numa segunda fase. Pelo meio, aconteceram os grandes incêndios do centro e norte do país que mataram mais 45 pessoas. Durante a fase crítica, nas zonas florestais e agrícolas, é proibido:

Fumar, fazer lume ou fogueiras, fazer queimas ou queimadas, lançar foguetes e balões de mecha acesa, fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas, fazer circular tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés.”

As missões realizadas este fim-de-semana pela Força Aérea correspondem a um plano de ação ativado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, no âmbito do dispositivo permanente de combate a incêndios. A Força Aérea tem à disposição do dispositivo de prevenção e combate a incêndios um helicóptero Alouette e o C295 usado este fim de semana, além de máquinas de arrasto usadas com frequência durante as fases críticas do fogo.

A contribuição da Força Aérea estende-se, ainda, ao apoio à instalação de meios da Proteção Civil nas unidades do ramo e ao acolhimento dos meios internacionais que realizem missões de combate em território nacional.