O navio “Viana do Castelo” resgatou na segunda-feira um grupo de 20 migrantes, que navegavam em direção à ilha de Lampedusa, Itália, e foram entregues, em pleno alto mar, no meio de aplausos, às autoridades italianas.

A interceção das duas pequenas embarcações de madeira pelo navio português, em missão de vigilância ao serviço da agência europeia de fronteiras, Frontex, deu-se às 16:24 (15:24 em Lisboa), ao largo de Lampedusa, e o grupo foi entregue às autoridades italianas, que enviaram uma lancha da Guarda di Finanza, para os recolher.

Ao verem a lancha italiana aproximar-se, e depois de menos de meia hora de espera, os migrantes saudaram os italianos com gritos de alegria e palmas.

O alerta foi dado cerca das 14:00, a partir de uma informação do avião que ajudou à vigilância, indicando tratar-se de duas lanchas rápidas, com cinco pessoas a bordo, cada, e que a sua origem era Tripoli, na Líbia.

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A tripulação do “Viana do Castelo” preparou-se, instalando duas metralhadoras junto à ponte do navio, para, se necessário, as usar a fazer tiros de aviso ou, em última análise, para obrigar a parar as duas embarcações.

“Ainda não se sabia que tipo de ação era necessária e preparámo-nos. Pelo tipo de embarcação que nos foi indicada, ‘lanchas-rápidas’, poderia ser algo mais grave”, explicou à agência Lusa o comandante do navio, Madanelo Galocha.

No final, não foi necessário qualquer uso da força por parte dos militares e a interceção foi pacífica.

À aproximação do navio patrulha oceânico da Marinha portuguesa, pelas 16:20 (15:20 em Lisboa), um dos pequenos barcos afastou-se, tendo sido perseguido pelo “Viana do Castelo”.

Nessa altura já a lancha do grupo de abordagem, de cinco militares, incluindo três fuzileiros, armados, estava no mar e conseguiu imobilizar os dois barcos, ficando junto aos migrantes até à chegada da lancha italiana, da Guarda di Finanza.

Pelas 17:05, o caso foi dado como terminado, os migrantes estavam a embarcar na lancha italiana e o grupo de contacto estava de regresso a bordo do “Viana do Castelo”.

Os migrantes identificaram-se como tunisinos e informaram a equipa de abordagem que queria seguir para Lampedusa.

Com esta ação, o “Viana do Castelo” já contabiliza um total de 160 pessoas resgatadas desde que está, no início de outubro, no Mediterrâneo, entre a Itália e a Tunísia, ao abrigo da missão da Frontex.

O navio da Marinha portuguesa vai continuar em missão na zona, ao serviço da Frontex, até 9 de novembro.