Uma família norte-americana que estava desaparecida desde domingo, depois de o barco onde viajava ter sido intercetado por piratas brasileiros na selva amazónica, foi encontrada em segurança esta quarta-feira. Adam e Emily Harteau, juntamente com os dois filhos (de três e sete anos), reapareceram sem quaisquer ferimentos, apresentando apenas alguns arranhões e picadas de insetos, avança o El Mundo.

A história começou no domingo, quando a família californiana, que se encontrava a viajar pela América do Sul desde 2012, seguia de barco rumo à cidade de Macapá. A meio do percurso, a embarcação que os levava foi intercetada por outra que transportava um grupo de homens armados, os “Barrigas de Água”.

De acordo com Sérgio Chene, porta-voz da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), os piratas desviaram o barco para Porto dos Dias, uma pequena baía onde os agressores assaltaram e mantiveram como reféns toda a tripulação e passageiros. Quando a polícia local conseguiu chegar ao barco, não havia sinal dos Harteau.

Segundo as autoridades, Adam, Emily e os dois filhos “desapareceram repentinamente e abandonaram o veículo com todos os seus pertences”. Depois de serem dados como desaparecidos, equipas de bombeiros e polícias foram rápidas a iniciar as buscas pela família. Contudo, só esta quarta-feira é que foram encontrados numa zona de selva densa, a quatro horas de barco do município de Breves. “Estavam escondidos na selva. Não sabemos porque é que escolheram esconder-se aí”, diz Sérgio Chene.

Colby Guillory, o porta-voz da família, contou ao The Guardian que amigos e familiares de Adam Harteau têm quase a certeza de que ele terá pegado na família e fugido rumo à selva. “Conhecendo o Adam, é muito provável que se tenha incumbido de salvar a família”, explicou Guillory, antes de acrescentar que “algures entre os piratas terem assumido controlo do barco e o terem abandonado eles fugiram”.

A família norte-americana estabeleceu-se na cidade de Florianópolis, no sul do Brasil, há relativamente pouco tempo. Desde que decidiram rumar à América do Sul em 2012 para “abraçar um futuro de incógnitas e as recompensas do slow travel“, como se lê no site onde têm relatado as suas viagens, têm percorrido todo o continente. Planeavam regressar à Califórnia para dar um futuro mais estável aos dois filhos pequenos.

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