A Câmara Municipal de Lisboa pediu esta quinta-feira uma reunião de emergência com a secretária de Estado da Administração Interna e o Comando Metropolitano do PSP para avaliar o caso das agressões registadas junto à discoteca Urban Beach.

Segundo conseguiu apurar o Observador junto de fonte do executivo municipal, esta reunião deverá ser agendada brevemente e permitirá à autarquia lisboeta, quem formalmente pode atribuir licenças de exploração a este tipo de espaço, perceber se a discoteca tem ou não condições para continuar aberta.

De acordo com a mesma fonte, é ainda cedo para especular sobre o futuro do Urban Beach, uma vez que falta apurar as condições em que aconteceram estas agressões. Só depois de ouvidas a Administração Interna e o Comando Metropolitano da PSP, é que a autarquia poderá tomar qualquer decisão.

Apesar de este não ser o primeiro episódio de violência a registar-se naquele espaço, o facto de as agressões terem sido registadas na via pública e já depois do horário de encerramento da discoteca podem servir de atenuantes.

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Entretanto, o Ministério Público abriu um inquérito ao caso, como explica aqui o Observador.

Vídeo. Seguranças do Urban agridem jovens à porta da discoteca e são despedidos

CDS: “Medina não pode cruzar os braços e fingir que não é nada com ele”

João Gonçalves Pereira, vereador do CDS na Câmara Municipal de Lisboa, exige a Fernando Medina que “assuma as suas responsabilidades” e que diga “o que é que vai fazer e que atitude vai tomar”. “Estamos chocados e o país está chocado. O presidente da Câmara não pode cruzar os braços e fingir que não é nada com ele”.

Para o democrata-cristão, a autarquia lisboeta tem “competência e mecanismos próprios que permitem travar e suspender atividade deste espaço noturno” até ao apuramento de todas as responsabilidades. “No limite”, sugeriu Gonçalves Pereira, “pode mesmo retirar a licença” à empresa que explora aquele espaço.

O vereador do CDS acredita que são urgentes medidas que devolvam “tranquilidade” às famílias lisboetas e garantir que os recorrentes casos de violência registados naquele e noutros espaços de atividade noturna não se transformam “numa marca irreparável para a cidade e para o país”.

Gonçalves Pereira sugere, a título de exemplo, que um caso destes a poucos dias da Web Summit pode prejudicar a imagem que a cidade de Lisboa e a noite lisboeta cultivam na cena europeia. “Imagine que um turista é alvo de uma agressão desta natureza? Ou que algum convidado filma ou vê uma agressão deste tipo e a partilha nas redes sociais? O impacto que isto teria para a imagem da cidade”.

Nesse sentido, o CDS defende mais uma vez a instalação de câmaras de videoproteção junto a espaços de atividade noturna com ligação direta à PSP. “Teria um efeito dissuasor e permitiria uma ação rápida da polícia”, explica, por fim, João Gonçalves Pereira.

Bloco de Esquerda: “Urban não pode continuar aberto”

Também Ricardo Robles, vereador eleito pelo Bloco de Esquerda e o mais recente parceiro de coligação de Fernando Medina, veio defender uma posição definitiva da Câmara Municipal de Lisboa em relação à discoteca Urban Beach.

Em declarações ao jornal Público, Ricardo Robles foi claro: “Um espaço como o Urban não pode continuar aberto na cidade”. O bloquista lembra, a propósito, que esta não é a primeira vez que a discoteca em questão se vê envolvida em casos de “violência gratuita e com base na discriminação racial”.

Para o vereador bloquista, o executivo autárquico “tem de garantir que as pessoas estão em segurança” e “agir em conformidade” com o que ficar definido na reunião com a secretária de Estado da Administração Interna e com o Comando Metropolitano da PSP.