Em abono da verdade, a culpa é de Nigel Stanford, músico. Bem, colar Stanford simplesmente à imagem de um músico é manifestamente pouco e injusto para o artista que toca, mas sobretudo compõe, de uma forma tão estranha quanto curiosa. E basta ouvir e ver os seus álbuns porque, para Nigel, os sons são quase tão importantes quanto a imagem.

Desta vez, o músico neozelandês, fascinado pelo cruzamento entre melodias e ciência, é notícia através do seu mais recente álbum, denominado Automatica (pode descarregá-lo aqui). Mas anda igualmente nas bocas do mundo porque recorreu a um grupo de músicos extremamente dispendioso. Não por serem muitos, pois estão limitados a nove elementos, mas sim porque o seu custo unitário pode ascender a 150.000€. O que atira a banda para um valor astronómico de 1,35 milhões de dólares. Isto sem contar com o próprio Nigel.

O mais curioso é que a banda milionária não tem formação clássica, nem contemporânea. Aliás, nem tem qualquer experiência musical. Habitualmente, o que os agora elementos da banda fazem é montar automóveis. Referimo-nos aos robôs da Kuka Robotics, de fabrico alemão e reconhecidos como dos melhores a soldar, aparafusar e a montar veículos, e que aqui demonstram um jeito natural para a música.

Montados com ferramentas para tocar, tão delicadamente quanto possível, as teclas de um piano, as cordas de uma guitarra eléctrica, as baquetas de uma bateria ou os pratos de um DJ, os Kuka, cujos movimentos podem ser programados com o rigor de apenas 0,03 mm, cumprem à risca as instruções de Stanford, produzindo o rock electrónico por ele imaginado. E no final, tal como acontece nos grandes espectáculos, perante enormes audiências (e só no YouTube, os vídeos de Nigel rondam habitualmente as 15 milhões de visualizações), os Kuka ascendem ao estatuto de estrela de rock e agem em conformidade, destruindo todos os instrumentos. E, já que estavam com a mão na massa, aproveitam os raio laser com que soldam e destroem o armazém em que realizaram o concerto.

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