O apelo foi feito nas redes sociais. Puidgmeont, o líder deposto da Catalunha exilado na Bélgica, escreveu na manhã deste sábado: “Chegou o momento de todos os democratas se unirem. Pela Catalunha, pela libertação dos presos políticos e pela República”.
No final, o político deixa ainda uma hiperligação para uma petição por uma lista única dos partidos independentistas para as eleições convocadas pelo governo espanhol para a região que se irão realizar a 21 de dezembro deste ano.
Puigdemont anunciou na véspera na televisão pública belga RTBF estar “disposto” a candidatar-se no escrutínio convocado pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que destituiu o executivo catalão e colocou a região sob sua tutela algumas horas após a proclamação da “República da Catalunha”, a 27 de outubro.
Na sequência da acusação em Espanha por rebelião e apropriação indevida de fundos públicos, Puigdemont e quatro ministros do seu governo destituído estão sujeitos a um mandado de detenção europeu emitido esta sexta-feira por uma juíza madrilena da Audiência Nacional, em Madrid.
Puigdemont e ex-ministros da Generalitat com mandado europeu de detenção
A Esquerda Republicana Catalã (ERC), um dos partidos independentistas com assento no parlamento catalão, já se pronunciou, mostrando abertura para uma resposta positiva ao pedido de Puigdemont, desde que a candidatura unitária englobe todas as forças partidárias que defendem a soberania da Catalunha. A posição da ERC foi ratificada numa reunião extraordinária do seu conselho nacional, informa o El País.
Nas últimas eleições o ERC foi um dos partidos do Junto pelo Sim, a coligação independentista que foi a lista mais votada para o parlamento catalão. A coligação, juntamente com o CUP, partido de extrema-esquerda, permitiu a maioria independentista no parlamento que levou à declaração unilateral de independência na Catalunha. O PDeCAT, partido de Puigdemont, tem tido nas sondagens resultados inferiores à Esquerda Republicana.
Marta Rovira, a número dois do ERC, tanto apela ao republicanos que participem nas eleições marcadas para dia 21 de dezembro, como diz que são “ilegais e ilegítimas”. Rovira afirmou que “não se pode deixar o país na mãos de maiorias políticas diferentes das que têm maioria na Catalunha”. No entanto, deixou o aviso: “aceitamos ir às urnas se os presos [políticos] saírem da prisão”.
Rovira emocionou-se várias vezes no discurso que proclamou na reunião extraordinária, noticia ainda o El País. Oriol Junqueras, o líder do partido, é um dos detidos na sequência da declaração unilateral de independência do parlamento catalão. A independentista considera que “todas as ideias políticas têm de concorrer em igualdade de circunstâncias e eles [a oposição] não têm presos político.”